SBNeC 2010
Resumo:J.250


Poster (Painel)
J.250EFEITO DO ALPRAZOLAM SOBRE AS RESPOSTAS DO NÚCLEO PARAVENTRICULAR DO HIPOTÁLAMO E DE ÁREAS LÍMBICAS ASSOCIADAS AO ESTRESSE CRÔNICO
Autores:Beatriz Garcia (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Camila Mourão (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mariana Ulian (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Luciana Le Sueur-maluf (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Jackson Bittencourt (USP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São Paulo) ; Isabel Céspedes (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUSP - Universidade de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

O Fator Liberador de Corticotrofina (CRF) está relacionado ao núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN), como ativador hipotalâmico do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal (HPA) na resposta neuroendócrina aos estressores, estando também presente em áreas prosencefálicas (emoção e comportamento da resposta de estresse, como ansiedade e diminuição do apetite) e grupos celulares do tronco encefálico (respostas autônomas de estresse). Assim, o CRF é um árbitro na ativação, integração e ações complementares na adaptação ao estado de estresse. Os benzodiazepínicos atuam como agonistas aos receptores GABA A e são utilizados no tratamento da ansiedade. Mas, provocam efeitos indesejáveis como sedação, déficits cognitivos, risco de vício e abuso, e opostos àqueles produzidos pelo CRF, com supressão do eixo HPA. A fim de se analisar o efeito dessas drogas nas áreas superiores que controlam o eixo HPA (elemento principal do Sistema de Estresse) e sobre áreas límbicas associadas, este estudo teve por objetivo analisar a imunorreatividade à proteína fos no PVN e áreas límbicas relacionadas ao controle excitatório (subiculum e córtex pré-frontal) e inibitório (amígdala, BNST, área pré-óptica), em animais submetidos ao estresse crônico de restrição associado ou não ao alprazolam. Foram analisados os efeitos comportamentais de ansiedade e atividade locomotora exploratória através dos testes de Labirinto em Cruz Elevado e Campo Aberto, respectivamente. Ratos Sprague-Dawley adultos machos foram distribuídos em três grupos, um controle (C), outro submetido a estresse crônico de restrição por 30 minutos durante 5 dias (R), e outro grupo submetido ao mesmo padrão de estímulo, associado à administração de alprazolam antes da restrição (RA). Como resultados, não houve diferenças significantes após comparação entre os grupos no teste comportamental do Campo Aberto, embora o grupo RA tenha demonstrado um perfil de queda no número de cruzamentos, sugerindo uma inibição da atividade locomotora exploratória. No teste do Labirinto em Cruz, também não se observou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, embora o grupo RA tenha mostrado um perfil de permanência maior no braço fechado, sugerindo um comportamento de ansiedade. Na análise da imunorreatividade à proteína fos, foi observado que no PVN ela não foi alterada pela associação do alprazolam ao estresse crônico. Das áreas límbicas associadas ao controle inibitório, os resultados mostram uma diminuição da resposta em áreas como a amígdala e o BNST, que auxiliam o PVN a mediar respostas comportamentais imediatas e também na ativação simpática em resposta aos agentes estressores, e na área pré-óptica associada à reprodução. Nas áreas estimulatórias do PVN, os resultados mostram que o fármaco não provocou alterações na imunorreatividade à proteína fos no córtex pré-frontal, associado à interpretação dos estímulos estressantes e tomadas de decisão. Porém, no subiculum, que está associado à memória e à como o organismo reconhece e responde aos estressores, os resultados mostraram diminuição de sua ativação pelo efeito do fármaco. Em conjunto os resultados sugerem que, embora no PVN não se tenha demonstrado uma alteração na resposta de estresse crônico pela presença do fármaco, áreas relacionadas ao controle inibitório e associadas às respostas imediatas e simpáticas de estresse apresentaram um perfil de ativação diminuída, assim como a área estimulatória do PVN correspondente à memória.


Palavras-chave:  CRF, Estresse, Alprazolan, Restrição, Áreas Límbicas