SBNeC 2010
Resumo:D.011


Prêmio
D.011O impacto agudo do exercício físico em esteira e cicloergômetro na atividade cortical através de tomografia eletromagnética (LORETA)
Autores:Helena Moraes (IPUB./UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria GeriátricaEEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do Exercício) ; Andrea Deslandes (FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde PúblicaEEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do ExercícioIPUB./UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria GeriátricaEEFD/UFRJ - Laboratório de Biometria) ; Heitor Silveira (IPUB./UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica) ; Thiago Guimarães (EEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do Exercício) ; Maurício Cagy (IPUB/UFRJ - 4Lab de Mapeamento Cerebral e Integração Sensório-motora) ; Pedro Ribeiro (IPUB/UFRJ - 4Lab de Mapeamento Cerebral e Integração Sensório-motora) ; Roberto Piedade (IPUB/UFRJ - 4Lab de Mapeamento Cerebral e Integração Sensório-motora) ; Fernando Pompeu (EEFD/UFRJ - Laboratório de Biometria) ; Jerson Laks (IPUB./UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica)

Resumo

Introdução: O efeito agudo do exercício físico na atividade cortical tem sido investigado utilizando o eletroencefalograma (EEG) antes e após o exercício. Entretanto, estudos recentes têm analisado a tomografia eletromagnética para estimar as fontes geradoras do EEG registrado sobre o escalpo. Estudos anteriores sugerem que a intensidade, a duração e o tipo de exercício podem produzir diferentes resultados. Objetivo: Investigar as alterações agudas promovidas pelo exercício em cicloergômetro e esteira em jovens saudáveis usando tomografia eletromagnética. Métodos: Foram selecionados 29 jovens saudáveis com idade entre 20 e 30 anos. Todos os sujeitos foram submetidos a um eletroencefalograma (EEG) de repouso pós x pré exercício. 19 sujeitos (11 homens e 8 mulheres) foram submetidos a 20 minutos de bicicleta ergométrica com intensidade constante de 80% da freqüência cardíaca máxima (220-idade). Enquanto 10 jovens (4 homens e 6 mulheres) foram submetidos a um teste de esforço máximo realizado em esteira (Protocolo de Mader). As potências absolutas de delta (0.5-3.5 Hz), teta (4-7.5 Hz), alfa (8-12 Hz), beta-1 (13-18 Hz), beta-2 (18-30 Hz) foram investigadas usando a análise standardized low-resolution brain electromagnetic tomography (sLORETA). Foram aceitos voxels com valores estatísticos excedendo o limiar tcrítico(p<0,05, definido por 5000 randomizações). Resultado: Comparações entre os momentos (usando teste t pareado) para cada grupo revelaram para o grupo cicloergômetro (tcrítico para p<0,1= 6,77; p<0,05= 5,66; p<0,01= 5,14): aumento significativo de alfa (t = 6,20) no córtex cingulado, área de Broadman (BA) 24; beta-1 (t = 6,19) no córtex cingulado anterior (BA 23) e beta-2 (t = 6,47) no córtex cingulado posterior (BA 33). No entanto, embora não significativa (tcrítico para p<0,1=4,43; p<0,05= 4,20; p<0,01= 4,17), o grupo esteira apresentou redução na potência de todas as bandas de freqüência em regiões da ínsula e lobos temporal, occipital e límbico. Discussão: O aumento na atividade das áreas do córtex cingulado em jovens que se exercitaram em bicicleta pode estar associado com a liberação de dopamina decorrente de exercício físico de intensidade moderada, mostrado em estudos anteriores. Já a diminuição na atividade de todo o espectro de potência pode estar associado com a fadiga central. Algumas hipóteses sugerem que uma diminuição de neurotransmissores, como a dopamina e acetilcolina e aumento de serotonina e amônia pode ser os precursores da fadiga. No entanto, futuros estudos com um tamanho de amostra maior poderiam mostrar resultados significativos, permitindo observar áreas específicas de maior alteração com o exercício extenuante.


Palavras-chave:  exercício físico, cérebro, tomografia eletromagnética, Eletroebcefalografia