SBNeC 2010
Resumo:F.159


Poster (Painel)
F.159DESEMPENHO DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN EM TAREFA S DE MEMÓRIA DE CURTO-PRAZO E SUA RELAÇÃO COM A ESTIMULAÇÃO PRECOCE.
Autores:Susana Maria Cardoso da Costa Lima (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Cleanto Rogério Rego Fernandes (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Regina Helena Silva (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Fabíola Silva Albuquerque (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

Objetivo: Pesquisas sobre o déficit na memória de curto-prazo (MCP) em indivíduos com síndrome de Down (SD) demonstram que a capacidade de memória operacional nessas pessoas não aumenta com a idade e com a velocidade com que ocorre com o resto da população. A estimulação precoce (EP), sensorial, motora e cognitiva, iniciada antes dos 18 meses de idade, tem sido sugerida como mecanismo importante para minimizar os efeitos decorrentes da síndrome. Neste estudo, realizamos uma análise exploratória sobre o desempenho em testes de memória de curto-prazo (MCP) em pessoas com SD e sua relação com a estimulação precoce. Método: Participaram do estudo 44 indivíduos com idade variando entre 10 e 30 anos. Destes, 26 sujeitos apresentavam uma história de EP. Foi possível agrupar os participantes em três faixas etárias: Pré-adolescentes (PA) (10 a 12 anos), Adolescentes (A) (13 a17 anos) e Adultos (Ad) (18 a 30 anos). A MCP foi testada através de duas tarefas auditivas: o teste de spande dígitos (span) e o teste de recordação livre de palavras (recall). Resultados: Considerando todos os participantes, observamos uma correlação positiva moderada (r=0, 582; p=0,001) entre idade do sujeito e o desempenho no spane uma fraca correlação positiva, (r=0,317; p=0,036) entre idade e orecall. Entretanto, ao realizar essa análise separando os indivíduos em relação à EP, encontramos uma forte correlação positiva entre a idade e o span (r= 0,765; p=0,001) e moderada correlação positiva significativa entre a idade e o recall (r=0,489; p=0,011) apenas para o grupo que recebeu EP, não havendo correlação significativa no grupo sem estimulação. Separadamente, os dados dos indivíduos com e sem EP foram submetidos a ANOVA de uma via (span ou recall x faixa etária). Nenhuma diferença significativa foi identificada no grupo sem estimulação. Entretanto, no grupo com EP, em ambos os testes houve diferença significativa referente à faixa etária (recall– F(2,25) =3,611, p=0,043 e span– F(2.25) =17,570, p=0,001).O teste T post hoc localizou essa diferença nos dois casos na comparação das duas primeiras faixas com a de adulto: span– pré-adolescente x adulto (p=0,001); adolescente x adulto (p=0,003), não havendo diferença significativa entre as duas primeiras; recall– pré-adolescente x adulto (p=0,025); adolescente x adulto (p=0,025). Conclusão: O melhor desempenho na fase adulta das pessoas que receberam EP aponta para a efetividade dessas ações. O fato de não ter sido observada diferença significativa entre as fases pré-adolescente e adolescente é coerente com o processo de desenvolvimento mais lento típico dos indivíduos com SD. Entretanto, algumas questões ainda precisam ser aprofundadas. Qual a relação dessa estimulação com a escolarização do indivíduo? Uma vez que estimulação precoce pode refletir maior envolvimento familiar com o indivíduo, qual o papel dos componentes emocionais resultantes desse envolvimento na melhora cognitiva? Essas e outras questões fazem parte da continuidade desse estudo. Apoio Financeiro: FAPERN


Palavras-chave:  memória de curto-prazo, síndrome de Down, stimulação precoce, recordação livre de palavras, span de dígito