SBNeC 2010
Resumo:D.019


Poster (Painel)
D.019CURVA DOSE-RESPOSTA DE RESERPINA NA REVERSÃO DA TOLERÂNCIA DOPAMINÉRGICA INDUZIDA POR TRATAMENTO PROLONGADO COM APOMORFINA
Autores:Helio Rodrigues da Silva (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP) ; Stephanie Barbosa Santos (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SPUMESP - Faculdade de Saude - Universidade Metodista) ; Cristiane Lopes (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SPUMESP - Faculdade de Saude - Universidade Metodista) ; Carla Andréa Tieppo (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SPFCHS - PUC/SP - Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC)

Resumo

Objetivo: A apomorfina (APO) é agonista não-seletivo dopaminérgico e o tratamento prolongado (7 d) diminui a expressão de comportamentos dopaminérgicos induzidos por APO, caracterizando tolerância. Reserpina (RES), um depletor de catecolaminas, em doses de 2,0 mg/kg induz supersensibilidade dopaminérgica imediata (3 h) em animais tolerantes ao tratamento com apomorfina (APO), provocando reversão da tolerância. O objetivo deste trabalho foi realizar a curva dose-resposta de RES na reversão da tolerância dopaminérgica observada em animais submetidos ao tratamento prolongado com APO. Métodos e Resultados: Quarenta ratos Wistar machos com 260 g, receberam tratamento com APO (0,6 mg/kg, s.c.) durante 6 d e a estereotipia foi avaliada aplicando a escala de Settler imediatamente após a administração, nos dias 1 e 6 (observa-se 10 s a cada 10 min, durante 60 min). No 7º dia, dividiu-se os ratos em 4 grupos, com dez animais cada que receberam RES a 0,5, 1,0, 1,5 mg/kg ou somente o veículo (20% ac. Ascórbico, (i.p.). Após 3 h, todos os ratos receberam APO (0,6 mg/kg, s.c.) e a estereotipia foi avaliada. Os resultados foram expressos como mediana da somatória da pontuação obtida em 60 minutos e, entre colchetes, apresentados o 1º e 3º quartis. Os resultados foram pareados entre o grupo antes e depois do tratamento com APO ou comparados com seu controle pelo teste Mann-Whitney. Foi considerado significante quando p<0,05. O tratamento de 6 d com APO reduziu a mediana da soma dos scores de estereotipia de 20 {19;24} para 14 {12;15}, p=<0,0001, indicando tolerância. Os animais que receberam veículo da RES no 7º dia apresentaram os mesmos parâmetros estatísticos de estereotipia observados no 6º dia (14 {12;17}, p=0,8413) indicando a manutenção da tolerância. A as doses de 0,5 mg/kg (16 {14;18}, p=0,1508) e 1,0 (16 {14;25}, p=0,222) mg/kg de RES, 3 h antes da APO apesar do aumento da soma em relação ao 6º não foi estatisticamente significante. Entretanto 1,5 mg/kg de RES aumentou os scores de estereotipia de 14 {12;15}, para 18 {15;23}, p=0,0079, indicando reversão da tolerância dopaminérgica. Conclusões: A dose de 1,5 mg/kg de RES foi capaz de reverter a tolerância dopaminérgica, induzida pelo tratamento crônico com APO, porém sem induzir supersensibilidade como foi observado anteriormente com a dose de 2,0mg/kg. Este resultado abre perspectiva do uso da reserpina como ferramenta farmacológica na reversão de tolerância induzida por uso de substâncias psicoativas dopaminérgicas. Apoio Financeiro: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho.


Palavras-chave:  apomorfina, comportamento estereotipado, dopamina, plasticidade, supersensibilidade