SBNeC 2010
Resumo:B.027


Prêmio
B.027Atividade neurofarmacológica de uma fração isolada da porção de baixo peso molecular do veneno de Rhinella schneideri
Autores:Mateus Amaral Baldo (FCFRP - Universidade de São Paulo) ; Jose Luiz Liberato (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Livea Dornela Godoy (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Alexandra Olimpio Siqueira Cunha (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Adriana Colsera Pereira (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Helene Aparecida Fachim (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Wagner Ferreira Santos (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Eliane Candiani Arantes (FCFRP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Introdução e objetivos:Os venenos dos anfíbios contêm uma variedade de compostos biologicamente ativos, os quais funcionam como ferramentas de defesa contra predação e/ou como agentes antimicrobianos. Até o momento, muitos compostos foram identificados em sapos das famílias Dendrobatidae e Bufonidae, dentre os quais se encontram: batracotoxinas, histonicotoxinas, pumiliotoxinas, quinolinas, bufogeninas e bufotoxinas produzidas em glândulas epidérmicas e parótidas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é mostrar o potencial neurofarmacológico de uma fração isolada do Veneno de Rhinella schneideri contra crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas por convulsivantes químicos. Métodos: O veneno foi obtido pela compressão das glândulas parótidas de R. schneideri criados em cativeiro e submetido a purificação em CLAE utilizando-se coluna C2/C18 de fase reversa. Ratos Wistar machos (250 g) foram canulados no ventrículo lateral direito, seguindo coordenadas estereotáxicas. Após recuperação, os ratos foram divididos em grupos (n=6) sendo que os animais controle receberam injeções de salina (0,9 %; via i.c.v.) seguidas pelos convulsivantes PTZ (80 mg/Kg; via i.p.) ou NMDA (20 µg/µL; i.c.v.). Os animais dos grupos experimentais foram tratados com a fração purificada VRs-5 em diferentes concentrações (0,05; 0,1; 0,25; 0,5; 1; 1,5 e 2 µg/µL; via i.c.v.). Após 15 min, estes animais receberam microinjeções com os convulsivantes. Ao término de cada experimento, os animais receberam uma overdose de tiopental sódico, sendo perfundidos intracardiamente com solução salina (0,9 %) seguida de paraformaldeído a 4 % para verificação da posição correta da cânula. Resultados: Dados mostraram que o pré-tratamento com VRs-5 nas concentrações de 0,5; 1; 1,5 e 2 µg/µL protegeram 40, 60, 84 e 100% dos ratos contra crises tônico-clônicas generalizadas induzidas por PTZ, respectivamente(χ2 =18,05; 5, p= 0,0029). A concentração de 0,25 µg/µL não protegeu contra crises tônico-clônicas, porem aumentou as latências para o inicio das crises. Os experimentos nos quais foram administrados o convulsivante NMDA por via i.c.v. demonstraram que 50, 62, 62, 83 e 100% dos animais tratados com a fração VRs-5 nas concentrações de 0,05; 0,1; 0,5; 1 e 2 g/L, respectivamente, não apresentaram crises tônico-clônicas generalizadas (χ2 =14,05; 5, p= 0,0153). A concentração anticonvulsivante (6 µg/µL) foi testada para avaliar a ocorrência de comprometimento motor dos animais treinados no Rota rod. A fração VRs5 demonstrou interessantes propriedades anticonvulsivantes e resultados preliminares no Rota rod revelaram que os animais não apresentaram comprometimento motor, já que obteve-se 0% de queda em um n = 5. Conclusão: Conclui-se que esta fração apresenta um potencial anticonvulsivante considerável, alem de não apresentar comprometimento motor quando injetada na dose 3 vezes maior que a dose de máxima proteção.


Palavras-chave:  Rhinella schneideri, anticonvulsivante, toxina, neurofarmacologia