SBNeC 2010
Resumo:F.134


Poster (Painel)
F.134Memória Relacional Espacial e Não-espacial em Macacos-Prego (Cebus sp.) Jovens Cativos
Autores:Lorena D'alcântara (UNB - Universidade de Brasília) ; Carolina Carrijo (UNB - Universidade de Brasília) ; Camilla Medeiros Leite Aleixo (UNB - Universidade de Brasília) ; Carlos Alberto Bezerra Tomaz (UNB - Universidade de Brasília) ; Maria Clotilde Henriques Tavares (UNB - Universidade de Brasília)

Resumo

Os animais, de modo geral, utilizam a memória para a busca de alimentos, para reconhecer predadores, identificar parceiros sexuais, entre outras atividades. Isso torna a memória uma função fundamental para a sobrevivência. Estudos mostram que primatas de diferentes espécies utilizam a memória espacial para localizar alimentos, tanto em cativeiro como na natureza. Existem evidências de que o hipocampo, área onde a memória espacial é processada, apresenta parte significativa da sua maturação nos primeiros anos de vida do indivíduo. Para averiguar a extensão da influência da faixa etária na eficácia da memória espacial e não-espacial em macacos-prego (Cebus sp.), foram utilizados três machos e duas fêmeas cativos, com idade entre 2 e 7 anos, a fim de comparar os resultados com dados do mesmo estudo realizado com sujeitos adultos previamente testados. O experimento incluiu uma tarefa de forrageamento dividida em três fases e um treinamento para que os animais aprendessem a abrir um recipiente. Reforços alimentares foram colocados dentro de quatro recipientes dispostos espacialmente em um de dois tipos de arranjos, um quadrado interno e outro externo. O animal tinha acesso aos dois arranjos, totalizando oito recipientes, mas apenas um arranjo era reforçado por sessão, ou seja, quatro recipientes. Na primeira fase, o arranjo com reforço era o mesmo até que o animal testado abrisse as quatro caixas desse arranjo em suas quatro primeiras escolhas, em nove de dez sessões consecutivas. Em seguida, o animal foi testado no outro arranjo, contendo outro tipo de reforço, até atingir novamente o critério de aprendizagem. Na segunda fase, o arranjo reforçado variou de forma semi-aleatória entre os dias de teste e na terceira fase, variou entre as duas sessões do mesmo dia. Antes de cada sessão, o mesmo reforço utilizado no arranjo testado era entregue ao animal a fim de servir de dica de qual era o arranjo com alimento. Atualmente, dois indivíduos ainda encontram-se na primeira fase do experimento, um na segunda, um na terceira e um concluiu as três fases. Em relação à primeira fase, não houve diferenças entre jovens e adultos no número de tentativas necessárias para mudar o arranjo reforçado (p=0,846); já entre os jovens, o único animal que completou o experimento teve uma diferença significativa em comparação com a média aritmética dos outros (p=0,006). Apesar dos diferentes ritmos de desempenho e de apenas um indivíduo ter completado as três fases de teste até o presente, todos os sujeitos se mostraram capazes de utilizar as informações de mapas cognitivos para ter uma representação alocêntrica do ambiente e utilizar a memória espacial para prever os recipientes reforçados.


Palavras-chave:  macaco-prego, memória espacial, memória relacional, forrageamento