SBNeC 2010
Resumo:C.058


Poster (Painel)
C.058CONTROLE POSTURAL EM DIFERENTES TAREFAS DE FEEDBACK VISUAL: INFLUÊNCIA DA VARIABILIDADE INTER-INDIVIDUAL
Autores:Fabio Vieira dos Anjos (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS) ; Talita P. Pinto (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS) ; Rosane Nascimento (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS) ; Nathalia L. Ribeiro (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS) ; Maitê M. Russo (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOSIBCCF - INSTITUTO BIOFÍSICA CARLOS CHAGAS FILHOS) ; Marco C. Garcia (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOSIBCCF - INSTITUTO BIOFÍSICA CARLOS CHAGAS FILHOS) ; Luis A. Imbiriba (EEFD - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOSIBCCF - INSTITUTO BIOFÍSICA CARLOS CHAGAS FILHOS)

Resumo

A informação visual é de grande relevância para o controle postural. Estudos que avaliaram o deslocamento do centro-pressão (CP) dos pés sugerem que tarefas de feedback visual podem influenciar a estabilidade postural através do ganho de um controle voluntário sobre processos mais automáticos. Dessa forma, estas tarefas auxiliariam no treinamento e na reabilitação de indivíduos com dificuldade para manter a postura ereta. Entretanto é necessário esclarecer a variabilidade inter-individual nessas condições. Logo, o objetivo desse estudo foi avaliar a variabilidade inter-indivíduos em duas tarefas de feedback visual. A amostra deste estudo foi de 22 voluntários jovens, 8 homens e 14 mulheres (21,3 ±1,7 anos, 64,3 ±10Kg e 167,7 ±7,4cm). Uma plataforma estabilométrica (AMTI, USA) foi utilizada para a aquisição do CP. As oscilações posturais foram calculadas através da análise dos parâmetros: área de deslocamento, desvio-padrão (DP), velocidade (VM) e freqüência média (FM) nas direções laterais (x) e ântero-posteriores (y). No protocolo experimental, os sujeitos deveriam manter uma postura ereta com os pés unidos e os braços ao longo do corpo, sobre a plataforma, durante 60 segundos nas situações: (1) utilizando o feedback visual externo (FVE), que consistiu em segurar um apontador laser mantido em um alvo de 2 cm de diâmetro e localizado a 1,5 metro em uma parede e (2) utilizando o feedback visual interno (FVI) através da visualização dos deslocamentos do seu próprio CP, que deveria ser controlado sobre o mesmo alvo descrito na situação (1). Posteriormente, utilizou-se a razão entre a área de deslocamento nas tarefas para calcular o índice da oscilação corporal: [(FVEárea-FVIárea)/(FVEárea+FVIárea)] e, assim, verificar a variabilidade inter-indivíduos. Desta maneira, a amostra foi dividida em dois grupos: grupo com índice negativo (I-, maiores oscilações na tarefa FVI), composto por 6 indivíduos (27,27%) e grupo com índice positivo (I+, maiores oscilações na tarefa FVE), contendo 16 sujeitos (72,72%). Para comparar os parâmetros analisados entre os grupos em cada tarefa de feedback, utilizou-se o teste U de Mann-Whitney na análise estatística. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros DP(x), FM(x e y) na tarefa FVE (p<0,05) e DP(y) na tarefa FVI (p<0,05). O grupo I- apresentou um menor DP(x) (4,90 ±1,40 mm), maior DP(y) (8,69 ±3,13 mm) e maior FM(x;y) (0,25 ±0,06 Hz; 0,13 ±0,02 Hz) do que o grupo I+ (5,87 ±2,18 mm; 5,15 ±1,07 mm; 0,16 ±0,05 Hz; 0,06 ±0,02 Hz, respectivamente). Dessa forma, os resultados sugerem, mesmo em uma amostra pequena, a ocorrência de diferentes padrões nos parâmetros do CP entre os grupos, o que evidencia possíveis estratégias distintas de utilização das informações sensoriais para o controle postural. Portanto, no treinamento e na reabilitação, usando tarefas baseadas no feedback visual (interno e externo), os indivíduos podem apresentar diferentes comportamentos posturais nessas tarefas.


Palavras-chave:  Controle Postural, Variabilidade Inter-indivíduos, Feedback Visual