SBNeC 2010
Resumo:F.127


Poster (Painel)
F.127Efeito do óleo de peixe sobre comportamento e níveis plasmáticos de corticosterona em ratos submetidos a estresse de imobilização
Autores:Marja Carolina Rufino dos Santos (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Rhiana Bárbara Pereira Góes Almendra (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Laís Soares Rodrigues (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Aparecida Vines (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Ana Márcia Delattre (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Marcelo Meira Santos Lima (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Monica L Andersen (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Paula Araújo (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Sergio Tufik (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Anete Curte Ferraz (UFPR - Universidade Federal do Paraná)

Resumo

Objetivo: Investigar o efeito do DHA e do EPA, presentes no óleo de peixe, em ratos suplementados e submetidos a estresse crônico de imobilização através dos testes de labirinto em cruz elevado, labirinto aquático de Morris e da mensuração dos níveis plasmáticos de corticosterona. Métodos: Ratos wistar machos com idade de 21 dias foram divididos em dois grupos experimentais: óleo de peixe (OP, n=12), e controle (C, n=12). Os animais do grupo OP foram suplementados diariamente, até idade adulta (90 dias), por meio de pipeta de volume ajustável, com 3,0g/kg v.o. de mistura de óleo de peixe (composto contendo 12% de DHA, 18% de ADP e antioxidante tocoferol) e o grupo C recebeu apenas ração para ratos. Após o período de suplementação os animais dos grupos OP e C foram subdivididos em 4 grupos experimentais: Grupo suplementado submetido a estresse de imobilização (OPS) ; Grupo suplementado não submetido a estresse de imobilização (OP); Grupo controle submetido a estresse de imobilização (CS); Grupo controle não submetido a estresse de imobilização (C). Durante o período em que os animais foram estressados (20min/dia/2semanas) continuaram recebendo suplementação. Após este período os grupos foram submetidos aos testes comportamentais. Resultados: Os animais controles submetidos ao estresse demonstraram comportamento ansiogênico no teste de labirinto em cruz elevado: menor porcentagem de número de entradas nos braços abertos [F(1.33)=14.85, p=0.001] e de tempo nos braços abertos [F(1.33)=5.72, p=0.02], e, inversamente, maior porcentagem de entrada nos braços fechados [F(1.33)=14.85, p=0.001] e de tempo nos braços fechados [F(1.33)=9.44, p=0.01]. Por outro lado, o grupo OPS reverteu este comportamento expressando os mesmos resultados apresentados pelos animais não estressados em ambos os números de entradas nos braços abertos [F(1.33)=3.41, p=0.07] e nos braços fechados [F(1.33)=3.41, p=0.07] e também na porcentagem de tempo despendido nos braços abertos [F(1.33)=2.57, p=0.11] e nos braços fechados [F(1.33)=3.67, p=0.06]. No primeiro dia do teste de labirinto aquático de Morris, não houve diferença estatística entre os grupos [F(3.34)=1.93, p=0.14]. No segundo dia, o grupo CS apresentou um déficit no aprendizado comparado com os demais grupos [F(3.34) =7.12, p=0.001]. Do terceiro ao quinto dia, os grupos OPS e OP exibiram um bom desempenho no teste de labirinto aquático de Morris: dia 3 [F(3.34)=17.56, p=0.0001]; dia 4 [F(3.34)=16.72, p=0.001] e dia 5 [F(3.34)=18.33, p=0.0001], comparado aos grupos C e CS, dos quais, a pior performance foi do grupo CS (p≤ 0.01). No sexto dia, o animais grupo CS não lembraram a localização da plataforma, nadando menos tempo no quadrante alvo [F(3.34)=17.68, p=0.0001]. Isso evidencia ausência de aprendizado durante os 5 dias de treinamento. Os níveis plasmáticos de corticosterona apresentaram-se aumentados no grupo CS [F(1.29)=10.44, p=0.001]. Contudo, no grupo OPS, estes níveis se mantiveram similares àqueles encontrados nos grupos OP e C [F(1.29)=12.40, p=0.001]. Conclusão: Os níveis de corticosterona confirmaram o estresse induzido por imobilização. O estresse provocou um comportamento ansiogênico no labirinto em cruz elevado e dificultou a aprendizagem no teste do labirinto aquático de Morris. Por sua vez, o óleo de peixe apresentou-se protetor revertendo o comportamento ansiogênico e o déficit cognitivo.


Palavras-chave:  Estresse, Óleo de Peixe, Ácido Graxo Poliinsaturado w-3, Corticosterona