SBNeC 2010
Resumo:D.016


Poster (Painel)
D.016CONTROLE POSTURAL E SATISFAÇÃO CORPORAL EM DEFICIENTES VISUAIS: INFLUÊNCIA DO GÊNERO.
Autores:Nathalia Lima Ribeiro (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Rosane Barros Nascimento (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Maitê Mello Russo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Luis Aureliano Imbiriba (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Homens e mulheres apresentam diferenças biológicas e sociais. (LANGER, 2010) No entanto, possíveis alterações nas representações corporais, entre homens e mulheres deficientes visuais, provocadas pela perda da visão parecem ainda pouco exploradas na literatura. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar a existência de diferenças entre gêneros no grupo deficiente visual no controle postural (equilíbrio e postura) e na satisfação corporal. Vinte e um sujeitos participaram do estudo e foram divididos em dois grupos: 8 mulheres [grupo M; 23 (19-26,5) anos; 155 (151-161) cm; 53,5 (50,6-60,8) Kg] e 13 homens [grupo H; 26 (24-30) anos; 170 (168-171) cm; 67,7 (61-75,2) Kg]. Os resultados entre colchetes são a mediana e a amplitude interquartílica. Para avaliar o equilíbrio corporal utilizou-se uma plataforma de força. Os voluntários foram orientados a permanecer em pé, com os pés afastados a uma distância confortável, durante 60 segundos. Os parâmetros do centro de pressão dos pés (COP) analisados foram: área de oscilação, desvio padrão, frequência e velocidade média no eixo ântero-posterior (y) e médio-lateral (x). Para avaliação postural utilizou-se um protocolo baseado em um método fotográfico com marcações em pontos anatômicos específicos - Software para Avaliação Postural (SAPO), que realiza o cálculo dos ângulos articulares entre os segmentos corporais. O nível de satisfação corporal foi mensurado através de um questionário adaptado de Reboussin et al. (1999), composto por 9 questões relacionadas ao nível de satisfação física global, onde o voluntário deveria pontuar em uma escala de -3 a +3 (quanto mais negativo maior a insatisfação e quanto mais positivo maior a satisfação no quesito avaliado). Para a análise estatística utilizou-se o teste não paramétrico U de Mann-Whitney (p<0,05). Das variáveis analisadas, houve diferença estatisticamente significativa no equilíbrio corporal, no parâmetro desvio padrão no eixo y (p=0,03), com valores mais altos no grupo H [4,37 (2,86-5,05) mm] quando comparado ao grupo M [2,39 (2,24-3,54) mm]. Na avaliação postural, diferenças foram encontradas na discrepância entre os membros inferiores (p=0,007) [M: 3 (1,75-3,9)º e H: 0,3 (-1-0,6)º], no ângulo Q direito (p=0,0008) [M: 28,75 (26,3-31,8)º e H: 8,3 (6,5-15,3)º] e esquerdo (p=0,0002) e no alinhamento horizontal da cabeça (p=0,03) [M: 49,6 (41,9-52)º e H: 40,9 (37,9-44)º). Em relação ao nível de satisfação corporal (p=0,04), as mulheres pontuaram mais negativamente que os homens [0,39 (-0,11-1,67) e 1,78 (1-2,11), respectivamente]. Dessa forma, mesmo em uma amostra de tamanho reduzida, as maiores alterações posturais, menores oscilações corporais e maior insatisfação corporal nas mulheres deficientes visuais podem refletir diferenças nas representações corporais de acordo com o gênero, mesmo em indivíduos sem a informação visual. Portanto, com uma amostra maior deve-se conseguir entender melhor a relação postural e motora em deficientes visuais.


Palavras-chave:  Controle Postural, Satisfação Corporal, Deficiência Visual, Gênero