SBNeC 2010
Resumo:B.031


Prêmio
B.031ORIENTAÇÃO TOPOGRÁFICA RETINOTECTAL EM CAMUNDONGOS MDX COM DISTROFIA MUSCULAR
Autores:Lívia Pinheiro (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Pablo Trindade (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Cláudio Serfaty (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Thereza Quírico-santos (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Introdução: Camundongo mdx, modelo da distrofia muscular de Duchenne(DMD), desenvolve uma miopatia inflamatória devido à mutação no gene da distrofina. Distrofina é uma proteína do citoesqueleto importante na organização celular de neurônios do córtex, hipocampo e cerebelo. Ausência da distrofina no cérebro causa alteração na transmissão sináptica devido em parte à desorganização estrutural dos neurônios e determina perda neuronal, déficit cognitivo e do processamento de memória.O camundongo mdx é considerado o modelo experimental da DMD por apresentar o mesmo defeito genético decorrente de mutação espontânea e alterações histológicas características de mionecrose e fibrose; porém, em um curso mais benigno da doença. Neste contexto, é importante conhecer os mecanismos determinando o prognóstico mais favorável da doença e qual a implicação da ausência da distrofina na plasticidade neural. Objetivos: Estudar o impacto da mutação espontânea do camundongo mdx no desenvolvimento topográfico retinotectal durante e após o período crítico. Metodologia: Foram utilizados camundongos mdx e controles (C57BL10) com 21 dias pós-natal (DPN21). Peroxidase (HRP) foi utilizada como traçador neuroanatômico para determinar o desenvolvimento do padrão topográfico-laminar das projeções retinotectais. Os animais foram anestesiados e, em seguida, foi feita uma pequena incisão no limbo do olho direito para a aplicação de 2-3µl de HRP 30% diluída em DMSO 2%. Após 24 horas os camundongos foram sacrificados e perfundidos com salina 0,9% seguido de paraformaldeido 4%. Os cérebros foram congelados e armazenados a -70°C. O traçador foi evidenciado por reação histoquímica para HRP. Secções de 40µm em criostato foram analisadas em microscopia óptica de campo escuro e fotografadas, e os resultados quantificados a partir da análise das imagens digitalizadas. Resultados e Conclusões: Camundongos mdx com 21DPN não apresentaram alteração topográfica visível em relação aos animais-controle (C57BL10) pareados. Na idade 21DPN os camundongos ainda não foram desmamados e estão sob a influência de hormônios do aleitamento materno, que sabidamente exercem efeito neuroprotetor. Interessante ressaltar que as alterações características da miopatia inflamatória (mionecrose e inflamação) são evidentes após o desmame. Os resultados indicam que a ausência de alterações significativas na topografia retinotectal dos camundongos mdx deva-se em parte ao efeito neuroprotetor dos hormônios maternos.


Palavras-chave:  distrofia muscular de Duchenne, plasticidade neural, sistema nervoso central