Resumo

Objetivo: Avaliar a liberação de glutamato e GABA do tecido hipotalâmico in vitro diante do estimulo hipertônico. Material e Método: Ratos Wistar Machos (270-300g) foram mantidos em condições padrões de laboratório, com controle de temperatura (23 ±2ºC) e luz ambiente 12/12-h ciclo claro e escuro, com água e ração ad libitum. Após decapitação o cérebro foi retirado rapidamente, os fragmentos hipotalâmicos foram imediatamente dissecados em gelo, sendo o tempo total de dissecação inferior a um minuto. Os fragmentos foram colocados no sistema de perinfusão com solução de incubação Krebs-Ringer Bicarbonato-Glicose isotônico (280 mOsm/Kg H₂O) fluxo de 0,5 ml/min e após estabilização de trinta minutos, foram feitas as coletas com intervalo de um minuto, durante 10 minutos. O estímulo hipertônico (340 mOsm/Kg H₂O) ocorreu durante 3 minutos, no intervalo do terceiro ao sexto minuto. O glutamato e o GABA foram dosados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), com detector de fluorescência após derivação com OPA (o-phthalaldehyde–ethanethiol). Resultados: O nível basal de liberação do glutamato foi de 1.7 ± 0.2 μg/mg ptn no primeiro minuto, sem alteração significativa durante o período de exposição isotônico. Após um minuto de estímulo hipertônico, o nível de glutamato aumentou significativamente para 4.3 ± 0.24 μg/mg ptn, e obteve sua liberação máxima com três minutos de estímulo (5.7 μg/mg ptn ± 0.33 μg/mg ptn), esse aumento foi reversível após terceiro minuto da retirada do estímulo . A liberação basal de GABA foi de 0.73 ± 0.6 μg/mg ptn no primeiro minuto, sem alteração significativa durante o período de exposição isotônico. Durante o estímulo hipertônico, o nível de GABA diminuiu significativamente, após o terceiro minuto (0.043 ± 0.006 μg/mg ptn) e essa diminuição foi reversível após retirada do estímulo. Conclusão: Este estudo mostrou que a osmolalidade elevada é capaz de induzir aumento na liberação de glutamato acompanhado por uma modulação da liberação gabaérgica.