SBNeC 2010
Resumo:F.162


Poster (Painel)
F.162Correlato eletrofisiológico da modulação atencional do tempo de reação
Autores:Thiago Bezerra Moraes Teixeira (IBCCF/UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ) ; Bruno Ferrari Diniz Allevato (IBCCF/UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ) ; Diego Alvarenga Torres Duarte (IBCCF/UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ) ; Dimitri Marques Abramov (IBCCF/UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ) ; Mario Fiorani (IBCCF/UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/UFRJ)

Resumo

O ritmo alfa occiptal no eletroencefalograma (EEG) pode ser modulado pelo córtex frontoparietal dorsal em processos de atenção visual onde há uma expectativa endógena por parte do observador. Nestas situações há uma diminuição seletiva da atividade alfa naregião occipital (córtex visual). Como o ritmo alfa pode tornar-se sincrônico e ter a amplitude aumentada em situações onde não há exigência de atenção visual (ex: fechamento dos olhos) propusemos que o desempenho visual e o tempo de reação a um determinado estímulodevam variar significativamente dependendo intensidade da atividade alfa precedente à sua apresentação. Também analisamos o desempenho dos sujeitos ao longo do teste e em diferentes horas do dia de forma a determinar em que momentos há piora das capacidades atencinais. Métodos: Nove voluntários adultos (20-35 anos) com visão normal ou corrigida participaram do experimento. Todos foram acomodados em uma cadeira e observaram de uma distância de 38 cm um monitor de computador, tendo a cabeçasuportada por um apoiador de mento. O estímulo consistia de um pequeno retângulo (0,1 x 0,3 graus) como ponto de fixação que alternava a orientação (entre vertical e horizontal) em intervalos aleatórios (4 a 7 seg.)enquanto um estímulo irrelevante era apresentado continuamente (círculo que realizava voltas num raio de 6 graiusem torno do ponto de fixação). Os voluntários foram orientados a ignorar o estímulo irrelevante e pressionar um botão assim que percebesse a mudança de orientação do ponto de fixação enquanto o registro eletroencefalográfico era realizado (10-20, 600Hz). Dependendo do tempo de reação do voluntário a sua resposta à mudança do estímulo eram classificados como: erros tipo antecipação (até 200 ms depoisda mudança); corretas (de 200 até 700 ms após a mudança); e erros tipo não respostas (após 700 ms). Uma análise espectral foi realizada através da Transformada Rápida de Fourier ao longo do tempo (janela móvel de 640ms) . Foram analizados os registros no período de 1 segundo antes da mudança do ponto de fixação de forma a determinar a atividade alfa vigente. As intensidades da atividade alfa foram correlacionadas com os tempos de reação para cada tentativa através de um modelo linear. Resultados: Encontramos uma correlação positva entre a intensidade do ritmo alfa precedente à estimulação com o tempo de reação para cada tentativa. Desta forma, amalisando-se a intensidade do ritmo alfa ocipital pode-se prever a performance comportamental do individuo. Alem disso, pudemos observar um maior número de erros de respostas com o decorrer do teste e também em horas mais avançadas do dia. Essa diminuição dos acertos correlaciona-se com uma maior atividade nas freqüências de alfa na região occipital antes do estímulo e a uma diminuição destas no córtex frontal. Conclusão: Em média há um atraso na resposta ao estímulo quando o ritmo alfa apresenta-se aumentado no escalpo occipital. Nesta situação é observado um déficit cognitivo relacionado à diminuição da atenção visual voluntária.


Palavras-chave:  tempo de reação, EEG, ritmo alfa