SBNeC 2010
Resumo:F.123


Poster (Painel)
F.123Efeitos fisiológicos e farmacológicos da administração intracerebroventricular de insulina em camundongos sedentários e exercitados.
Autores:Clarissa Branco Haas (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Alexandre P. Muller (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Jussânia Gnoatto (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Julia D. Moreira (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Eduardo Zimmer (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Francisco Lulhiera (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Marcos L. S. Perry (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Diogo O. Souza (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul) ; Luis V. Portela (UFRGS - Universidade Federal do rio grande do Sul)

Resumo

Recentes evidências sugerem que o exercício físico induz adaptações a nível celular, molecular e sistêmico que podem afetar positivamente a função cerebral. Da mesma forma, tem sido descrito que a insulina exerce funções neuromodulatórias no cérebro, mediado pela sinalização via receptores de insulina (IR) localizados principalmente em neurônios. A insulina modula a plasticidade sináptica, e os processos de memória e aprendizado possivelmente por intermédio de uma cascata de eventos que afetam a funcionalidade dos receptores glutamatérgicos. Tanto o exercício físico como a administração de insulina no cérebro, separadamente, influenciam positivamente a função cognitiva. Neste trabalho utilizamos camundongos CF1 para investigar: i) os efeitos do exercício voluntário na sinalização hipocampal de insulina e na memória; ii) os efeitos da administração intracerebroventricular (icv) de insulina na cascata de sinalização hipocampal de insulina e na formação da memória. Os cuidados com os animais seguiram as guias governamentais oficiais de acordo com a Federação de Sociedades Brasileiras de Biologia Experimental e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Camundongos adultos (60 dias) realizaram trinta dias de exercício voluntário e posteriormente, ambos os grupos, sedentário e exercício, receberam solução salina ou insulina (0.5 - 5 uM) icv. Os animais foram avaliados em tarefas de memória aversiva e espacial pela esquiva inibitória e Labirinto aquático de Morris, respectivamente. O oxidação de [U-14C] glicose e o imunoconteúdo do receptor de insulina e de pTyr, pAktser473 foram medidos em preparações de tecido hipocampal. Também, foram avaliados a fosforilação da subunidade NR2B do receptor de glutamato NMDA e captação de glutamato em fatias. O número de astrócitos e sua reatividade foram medidos por imunohistoquímica. O exercício aumentou a sensibilidade periférica à insulina, a memória espacial, e os imunoconteúdos de IR/pTyrIR/pAktser473. A oxidação da glicose, a captação de glutamato e a quantidade de astrócitos aumentaram nos animais que se exercitaram. A administração icv de insulina nos animais exercitados causou um prejuízo na memória e um aumento rápido (15 min) e persistente (24h) do imunoconteúdo de pNR2B, concomitante com o aumento da reatividade glial. O conjunto de resultados demonstrados aqui revelou que o exercício físico foi capaz de aumentar a sinalização de insulina no hipocampo e melhorar a memória espacial. A administração icv de insulina nos animais exercitados, todavia, comprometeu a performance comportamental que se correlacionou com uma fosforilação exacerbada da subunidade NR2B.


Palavras-chave:  Exercício físico, Insulina, Imunohistoquímica