SBNeC 2010
Resumo:A.046


Poster (Painel)
A.046ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL DO NERVO ÓPTICO DE RATOS WISTAR NORMAIS E COM ANEMIA FERROPRIVA NEONATAL
Autores:Denise Lachat (FCAV-UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP) ; Jefferson Mallmann Homem (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP) ; Márcia Rita Fernandes Machado (FCAV-UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP) ; João-josé Lachat (FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP)

Resumo

Diversos estudos mostraram que a ingestão de dieta com níveis inadequados de ferro pode causar no sistema nervoso central de ratos alterações morfológicas, bioquímicas e comportamentais. Esses estudos têm ainda mostrado que animais deficientes em ferro apresentam redução no número de lamelas de mielina e prejuízos na aprendizagem. A deficiência de ferro é uma das mais comuns desordens nutricionais em pacientes pediátricos e adultos e atinge de 2,5 a 5 bilhões de pessoas em todo mundo. A consequência mais explícita da deficiência de ferro é a anemia. O ferro está relacionado ao desenvolvimento de fibras nervosas mielínicas, as quais constituem mais de 80% do nervo óptico. O objetivo da presente investigação é avaliar, com o auxílio de microscopia eletrônica de transmissão, os possíveis efeitos da anemia ferropriva na estrutura do nervo óptico de ratos machos, albinos, variedade Wistar durante os períodos de lactação e pós-lactação. Trinta e seis animais foram divididos em 2 grupos: Controle e Anêmico. Os anêmicos receberam uma dieta com 4 mg de ferro/Kg, e os controle, uma dieta com 35 mg de ferro/Kg. Avaliações do peso corpóreo, hemoglobina e hematócrito foram feitas para checar os efeitos da deficiência de ferro. Aos 18, 22 e 32 dias de idade os animais, controle e anêmicos, foram anestesiados e então sacrificados por perfusão transcardíaca com PBS 0,05M, pH 7,4, seguido da mistura fixadora paraformaldeído 2% e glutaraldeído 1%. Um segmento do nervo óptico foi retirado e pós-fixado em solução de tetróxido de ósmio a 1% por duas horas a 4ºC, desidratado em acetona e incluído em araldite. Cortes ultrafinos com 60 nanômetros de espessura foram montados em grades de cobre, contrastados com acetato de uranila e citrato de chumbo, observados e fotografados ao microscópio eletrônico Jeol 100 CX-II para detalhada análise ultraestrutural das fibras nervosas, vasos sanguíneos e células gliais. Tanto os valores hematológicos quanto o peso corporal estavam diminuídos no grupo anêmico. A análise ultraestrutural mostrou nítidas alterações no nervo óptico, como desorganização e desintegração da bainha de mielina das fibras nervosas, lesão de axônios mielínicos e amielínicos, formação de vacúolos intersticiais e atraso na mielinização, bem como importantes alterações nas organelas citoplasmáticas nos oligodendrócitos dos animais anêmicos quando comparados com os seus controles pareados. Portanto, os resultados deste estudo permitem concluir que o ferro é necessário para a manutenção da estrutura e maturação dos componentes celulares do nervo óptico.


Palavras-chave:  anemia ferropriva, células gliais, fibras nervosas, nervo óptico, rato Wistar