SBNeC 2010
Resumo:J.088


Prêmio
J.088MODULAÇÃO DA ANSIEDADE EXPERIMENTAL PELO SISTEMA NOP: O PAPEL DAS MONOAMINAS
Autores:Marcelo Duzzioni (UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA) ; Elaine Cristina Gavioli (UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Girolamo Calo' (UNIFE - UNIVERSITÀ DI FERRARA) ; Remo Guerrini (UNIFE - UNIVERSITÀ DI FERRARA) ; Esther Berrocoso (UCA - UNIVERSIDADE DE CÁDIZ) ; Juan-antonio Mico (UCA - UNIVERSIDADE DE CÁDIZ) ; Thereza Christina Monteiro (UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA)

Resumo

Objetivos: Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da administração intracerebroventricular (i.c.v.) de [Nphe(1),Arg(14),Lys(15)]N/OFQ-NH(2) (UFP-101), antagonista competitivo do receptor NOP, em duas linhagens distintas de ratos submetidos a diferentes testes de ansiedade. Além disso, investigamos o papel das monoaminas serotonina e noradrenalina nos efeitos comportamentais produzidos pelo UFP-101. Métodos: Ratos Wistar e Sprague-Dawley (200-250 g, N = 6-9 por grupo) foram submetidos a uma cirurgia estereotáxica para o implante de cânula guia no ventrículo lateral (AP=-0,8, ML=±1,5, DV=-2,5mm) ou no núcleo dorsal da rafe (NDR; AP=+1,2, ML=+2,9, DV=-4,3mm, ângulo de 29°) ou ainda de um eletrodo de registro no locus coeruleus (LC; AP=-3,7, ML=-1,1, DV=-5,0 a -8,0mm, ângulo de 15°). As coordenadas do VL foram tiradas em relação ao Bregma, as do NDR em relação à linha Interaural e as do LC em relação ao Lambda. Cinco-seis dias após a cirurgia, os ratos Wistar foram expostos a um dos braços abertos do labirinto em T elevado (LTE) por 30 min. No dia seguinte, esses animais foram tratados: Grupo 1, i.c.v. (2µL) com PBS ou UFP-101 1, 3, 10nmol; Grupo 2, i.c.v. com PBS+PBS, PBS+UFP-101 1nmol, N/OFQ 0,3nmol+PBS ou N/OFQ 0,3nmol +UFP-101 1nmol (1µL e intervalo de 1 min entre os tratamentos); e Grupo 3, no NDR (0,3 µL) com PBS ou UFP-101 1, 3, 10pmol. Após 5 min, os animais foram expostos ao LTE e ao campo aberto (CA). Seis-sete dias após a cirurgia, ratos Sprague-Dawley foram tratados i.c.v. (2µL) com PBS ou UFP-101 0,1, 0,3, 1, 3nmol e, após 5 min, foram expostos ao teste de esconder esferas (TEE; Grupo 4) ou ao CA (Grupo 5). No grupo 6, ratos Sprague-Dawley foram tratados i.c.v. com UFP-101 (0,3, 1,0nmol) e a atividade elétrica dos neurônios do LC foi registrada. Resultados: O UFP-101 reduziu significativamente a latência para sair do braço fechado do LTE quando administrado i.c.v. nas doses de 1 e 3nmol nas Esquivas 1 e 2 [χ2(3) = 7,48, P<0,05 e χ2(3) = 15,48, P<0,05, respectivamente; Grupo 1] e no NDR na dose de 10pmol somente na Esquiva 2 ([χ2(3) = 7,55, P<0,05; Grupo 3), em relação ao grupo PBS. No Grupo 2, a N/OFQ, agonista endógeno do receptor NOP, não alterou per se a latência para sair do braço fechado do LTE, mas impediu os efeitos do UFP-101. O tratamento i.c.v. com UFP-101 reduziu significativamente o número de esferas escondidas nas doses de 0,3, 1 e 3nmol [F(4,35)=10,64; P<0,01] e a distância total percorrida no campo aberto nas doses de 1 e 3nmol [F(4,33)=31,0; P<0,01]. A administração i.c.v. de UFP-101 também inibiu a taxa de disparo dos neurônios do LC nas doses de 0,3nmol (N=5) e 1nmol (N=3). Nenhum dos tratamentos alterou a latência para sair do braço aberto do LTE, bem como o número de cruzamentos e levantar avaliados no CA logo após o LTE. Conclusões: Nossos resultados mostram pela primeira vez que a administração i.c.v. de UFP-101 promove um efeito do tipo ansiolítico em duas linhagens (Wistar e Sprague-Dawley) e testes comportamentais distintos (LTE e TEE). Além disso, a administração no NDR de UFP-101 promove um efeito do tipo ansiolítico e a administração i.c.v. de UFP-101 inibe a taxa de disparo dos neurônios do LC, da mesma forma que drogas ansiolíticas padrão. Assim, esses resultados indicam que as monoaminas serotonina e noradrenalina podem exercer um papel importante nos efeitos comportamentais promovidos pelo administração central de UFP-101.


Palavras-chave:  UFP-101, RECEPTOR NOP, ANSIEDADE