Resumo

Objetivos: Testar a habituação da locomoção e evitação de ambientes claros no teste de escototaxia no paulistinha. Método: 14 paulistinhas adultos de sexo indeterminado foram utilizados nesse experimento. O experimento contou com a utilização de um aquário preto e branco que media 15x10x45cm, com a coluna d’água mantida a 10 cm de altura. Esse aquário continha portas centrais delimitando um compartimento central; os animais eram colocados nesse compartimento por 3 min. para habituação, após o qual as portas eram removidas e o comportamento do peixe era registrado, por 15 min., por meio de uma câmera posta acima do aquário. O registro foi dividido em blocos de 3 min. (0-3 min., 3-6 min., 6-9 min., 9-12 min., e 12-15 min.) para análise da habituação intra-sessão. Entre cada sujeito os aquários eram girados para eliminar efeitos de orientação. Foram contabilizadas as quantidades de vezes que cada paulistinha entrava no lado preto e no branco e as porcentagens de tempo de permanência dos mesmos em ambos os lados. Resultados: Durante toda a sessão, os animais apresentaram preferência pelo ambiente escuro (U[gl = 9] = 100, p = 0.0001). Houve diferenças significativas entre os blocos de tempo no tempo no compartimento branco (F[4, 69] = 7.743, p < 0.0001), com o teste pós-hoc (Tukey) detectando diferenças entre os blocos 3-6 min. e 6-9 min., 3-6 min. e 9-12 min., e 9-12 min. e 12-15 min. Em relação ao número de alternâncias, houve um decréscimo monotônico do começo ao fim do experimento (F[4,69] = 1100, p = 0.0193). Conclusão: Esses resultados sugerem que houve habituação da locomoção, mas não da preferência pelo ambiente escuro/evitação do ambiente claro; essa última variável mostrou-se bifásica, sugerindo que mais de um processo (evitação e aproximação) estejam envolvidos na escototaxia no paulistinha.