SBNeC 2010
Resumo:B.008


Prêmio
B.008DEGENERAÇÃO DE FOTORRECEPTORES EM MODELO MURINO DE RETINOSE PIGMENTAR: PARTICIPAÇÃO DA VIA DA ERK
Autores:Bruno de Souza Gonçalves (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Vinícius de Toledo Ribas (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Luciana Barreto Chiarini (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Objetivos A retinose pigmentar é caracterizada pela morte de fotorreceptores da retina, o que causa cegueira. Portanto, estudar os mecanismos responsáveis pela morte dos fotorreceptores retinianos é de extrema importância para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas. Nosso objetivo foi testar o papel da via da ERK na degeneração de fotorreceptores de retinas de camundongos rd1 C3H-HeJ, um modelo murino de retinose pigmentar. Trata-se de um animal homozigoto para a mutação no gene que codifica a subunidade β da fosfodiesterase de GMPc (Pdebrd1). Esta é uma das mutações mais comuns associadas à retinose pigmentar autossômica recessiva em humanos. Esta mutação leva ao acúmulo do segundo mensageiro GMPc no citoplasma que, de forma ainda não totalmente elucidada, leva à morte dos fotorreceptores, aparentemente por apoptose. Metodologia Monitoramos a progressão da degeneração da camada de fotorreceptores in vitro e in vivo através de medidas da espessura relativa da camada de fotorreceptores e da detecção in situ de fotorreceptores com fragmentação de DNA pela técnica de TUNEL. Para o controle dos experimentos com os animais mutantes rd1 utilizamos os camundongos selvagens C57-Bl6. Testamos in vitro o efeito do inibidor de MEK, U0126, sobre a degeneração de fotorreceptores em explantes de retina de camundongos C3H/HeJ e C57-Bl6. Resultados Observamos que sob nossas condições experimentais a degeneração da camada de fotorreceptores de rd1 C3H/HeJ se inicia no décimo quinto dia pós-natal, progredindo rapidamente durante os dias subseqüentes, de forma que por volta do vigésimo dia somente uma única fileira de fotorreceptores é observada. Notamos um aumento nos níveis da MAP cinase ERK fosforilada concomitante com o período de degeneração da camada de fotorreceptores. Além disso, quando inibimos farmacologicamente a ativação da ERK, conseguimos diminuir a degeneração de fotorreceptores. Por imunofluorescência verificamos a proteína ERK fosforilada nas células da glia de Müller e microglia, mas não nos fotorreceptores. Notamos também a presença de microglia ativada, identificada pela morfologia mediante marcação para CD11b, em locais justapostos aos fotorreceptores positivos para TUNEL nos primeiros dias de degeneração da ONL. Conclusões Nossos experimentos mostraram que a via da ERK tem papel pró-apoptótico neste modelo de degeneração de fotorreceptores, e que o conteúdo da forma fosforilada da ERK encontra-se nas células da glia de Muller e microglia, não sendo visível nos fotorreceptores. Estes resultados indicam que a ativação de ERK que ocorre nas células de glia de Muller e/ou na microglia nas retinas de camundonos rd1 é necessária para a degeneração de fotorreceptores. Concluindo, os dados nos permitem sugerir que a Glia de Muller e/ou microglia induzem a degeneração de fotorreceptores no camundongo rd1, modelo murino de retinose pigmentar.


Palavras-chave:  Retinose pigmentar, Apoptose, ERK, Glia de Müller, Microglia