Prêmio
B.012 | EFEITO MODULATÓRIO DA CAFEÍNA NA CAPTAÇÃO DE AMINOÁCIDOS EXCITATÓRIOS | Autores: | Danielle Dias Pinto Ferreira Ferreira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Adriana Pinto de Freitas Freitas (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Roberto Paes-de-carvalho Paes-de-carvalho (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ronald Marques dos Santos Santos (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Elizabeth Giestal Araújo Araújo (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Regina Célia Cussa Kubrusly Kubrusly (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo Objetivos: O trabalho investiga se a exposição de retinas de rato à cafeína altera a disponibilidade extracelular de aminoácidos excitatórios (AAE) analisando os mecanismos envolvidos com a captação de [3H] D-Aspartato e as possíveis alterações decorrentes do excesso de AAE no meio extracelular para a diferenciação do tecido retiniano.
Métodos: Ratos Lister hooded de 3, 7 e 14 dias pós-natais (P3, P7 e P14) foram sacrificados em atmosfera de CO2, os olhos removidos e as retinas dissecadas. O tecido foi tratado com diferentes concentrações de cafeína 100, 200, 500μM e incubado com [3H] D-Aspartato por 60 min. Em alguns experimentos as retinas foram incubadas com [3H] D-Aspartato em diferentes condições experimentais: meio sem sódio ou em baixas temperaturas. A captação de AAE e o acúmulo de AMPc foram medidos por cintilação líquida e os resultados normalizados por dosagem de proteína. As análises foram feitas por ANOVA seguida de pós-teste Bonferroni, sendo os resultados expressos como média+177 EPM, considerando o nível de significância p<0.001.
Resultados: A captação de [3H] D-Aspartato está presente em P3 (10,36+1770,73 pmol/mg/h), P7 (7,69+1770,97 pmol/mg/h) e P14 (3,18+1770,29 pmol/mg/h),n=6. O transporte de [3H] D-Aspartato é inibido a 4ºC (1,53+1770,28 pmol/mg/h, n=3) e na ausência de sódio (0,82+1770,42 pmol/mg/h, n=3), indicando a participação de transportadores de membrana. A captação de [3H] D-Aspartato em P7 é reduzida pela cafeína de forma dose dependente 100μM (5,73+1770,41 pmol/mg/h, n=3), 200μM (6,41±+1771,84 pmol/mg/h, n=3) e 500mu;M (4,71+1770,25 pmol/mg/h, n=3) e revertida após lavagem do tecido (8,92+177 0,83 pmol/mg/h, n=3). Utilizando antagonista A2 (ZM 241385) o efeito da cafeína é mimetizado (2,26+1770,0088 pmol/mg/h, n=3), assim como utilizando inibidor da adenilil ciclase (SQ 22536) (2,96+1770,49 pmol/mg/h, n=4). A ativação de receptores A2 com CGS 21680 leva ao aumento dos níveis de AMPc em retinas indiferenciadas P7 (5,49+1770,20 pmol/mg/h, n=3),entretanto, o mesmo não é observado em retinas diferenciadas P14 (18,70+1773,82 pmol/mg/h, n=3), quando comparado com controles.
Conclusão: Os resultados sugerem que cafeína bloqueia o sistema de captação de AAE, disponibilizando glutamato para o meio, contribuindo para alterações neuroquímicas da retina, em estágios de diferenciação celular e sinaptogênese. O não aumento dos níveis de AMPc em retinas diferenciadas como indicativo de dessensibilização de receptores A2.
Palavras-chave: aminoácidos excitatórios, cafeína, ratos, SNC, transporte |