SBNeC 2010
Resumo:C.046


Poster (Painel)
C.046DOSES AGUDAS DE METILMERCÚRIO CAUSAM DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE CÉLULAS DA CCG EM RETINA DE PEIXE TROPICAL HOPLIAS MALABARICUS.
Autores:André Maurício Passos Liber (IP/USP - Instituto de Psicologia - Universidade de São Paulo) ; Daniela Maria Oliveria Bonci (IP/USP - Instituto de Psicologia - Universidade de São Paulo) ; Izabela Pauline de Jesus (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Sonia Regina Grotzner (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Dora Selma Fix Ventura (IP/USP - Instituto de Psicologia - Universidade de São Paulo)

Resumo

Objetivo: O objetivo deste trabalho é a quantificação de células da camada de células ganglionares (CCG) em animais submetidos a bioensaios de intoxicação por metilmercúrio através de doses subletais agudas, inferiores aos limites estabelecidos para consumo humano. Métodos e Resultados: Traíras (Hoplias malabaricus) foram intoxicadas com doses subletais agudas de metilmercúrio (MeHg), através de injeção intraperitoneal [0,05 µg/g (n = 1) e 0,1 µg/g (n = 1) e 1,0 µg/g (n = 2)] com tempo de depuração de 15 dias. Após a depuração as retinas foram dissecadas, fixadas com paraformaldeído 4% em tampão fosfato 0,1M por 3h e processadas para técnica de coloração de Nissl. O grupo controle também foi avaliado da mesma forma (n=1). Imagens foram amostradas por toda retina com uma câmera digital Axiocam (Zeiss) acoplada a um microscópio (Leica) e digitalizadas com o programa de aquisição de imagens AxioVision (Zeiss). As retinas foram divididas em quadrantes (dorsal, temporal, nasal e ventral) e nas regiões central e periférica para estimativa e comparação da topografia e população total. Células da CCG foram coradas com cresil violeta. Houve tendência a redução da população total de células da CCG nas doses de 0,05 µg/g (290 ± 43 mil), 0,1 µg/g (276 ± 48 mil) e 1,0 µg/g (274 ± 38 mil) em relação ao grupo controle (337 ± 44 mil), confirmando resultados anteriores obtidos com células bipolares PKC-IR, também em retina de traíra em altas doses agudas (Braz J Med Biol Res. 39:405,2006). Apesar de haver uma tendência na redução do número total de células, a perda sofrida não teve significância estatística. O exame das regiões central e periférica, mostrou uma diminuição no número total de células, com significância estatística para a dose de 0,1 na região central (p=0,0041) na qual houve perda de 35%. Não houve uma redução estatisticamente significativa nas demais doses na região central, assim como, na análise feita para a região periférica. Contudo é necessária a análise de um número maior de retinas por dose, para avaliar com segurança o efeito do MeHg nas células da CCG, quando administrado em baixas doses agudas. Conclusões: A intoxicação por baixas doses subletais de metilmercúrio (0,05, 0,1 e 1,0 µg/g) provoca uma diminuição da população total de células da CCG, sugerindo que mesmo doses inferiores aos limites estabelecidos pela OMS (0,5 mg/kg MeHg) já produzem alterações nas células da retina do peixe. Este resultado corrobora achados psicofísicos mostrando perdas visuais em doses inferiores aos limites de segurança definidos pela OMS. Apoio Financeiro: CNPq, Capes, FAPESP.


Palavras-chave:  Retina, Metilmercúrio, Camada de células ganglionares, Hoplias malabaricus, Coloração de Nissl