SBNeC 2010
Resumo:C.076


Poster (Painel)
C.076DISCRIMINAÇÃO DE CORES MEDIDA COM POTENCIAL CORTICAL PROVOCADO VISUAL TRANSIENTE
Autores:Larissa de Araujo Palmeira (UFPA - Instituto de Ciências Biológicas) ; Givago da Silva Souza (UFPA - Instituto de Ciências BiológicasUFPA - Núcleo de Medicina Tropical) ; Bruno Duarte Gomes (UFPA - Instituto de Ciências BiológicasUFPA - Núcleo de Medicina Tropical) ; Luiz Carlos de Lima Silveira (UFPA - Instituto de Ciências BiológicasUFPA - Núcleo de Medicina Tropical)

Resumo

Objetivos. A discriminação de contraste cromático tem sido estudada em diferentes freqüências espaciais com o potencial cortical provocado visual de estado estacionário (ssVECP – steady-state visual evoked cortical potential) pela boa replicabilidade das ondas e baixa variabilidade entre os sujeitos. No entanto, a visão de cores é degradada progressivamente com o aumento da freqüência temporal. No presente estudo foi medida a sensibilidade ao contraste de cores como uma função da amplitude do potencial cortical provocado visual transiente (tVECP – transient visual evoked cortical potential) em diferentes freqüências espaciais usando redes senoidais cromáticas isoluminantes como estímulo. Métodos. Foram estudados três indivíduos do sexo feminino (19±1,7 anos de idade), tricromatas normais pela avaliação com placas pseudoisocromáticas de Ishihara (Kanehara). Os estímulos foram gerados por placa gráfica Visage (CRS) e consistiram de redes senoidais cromáticas isoluminantes, luminância média de 34,3 cd/m2, freqüências espaciais de 0,2, 0,4, 0,6, 1, 2, 3, 4, 6 e 8 cpg, oito contrastes cromáticos de 10% a 100%. As redes foram apresentadas em monitor de alta resolução espacial e temporal Diamond Pro 2070 (Mitsubishi). Fósforos do monitor: R, x=0,603, y=0,331; G, x=0,289, y= 0,594; B, x=0,153, y= 0,070. Cromaticidade da rede no contraste máximo: vermelho, u’=0,288, v’=0,480; verde, u’=0,150, v’=0,480. O estímulo consistiu de campo quadrado centralizado na tela de estimulação, medindo 5 graus, o restante da tela com cromaticidade média e luminância das redes. A estimulação empregada foi do tipo onset (300 ms) / offset (700 ms). A amplitude e latência do componente N1 do tVECP foram medidas e sua variação correlacionada com a variação da freqüência espacial. Resultados. A variação de amplitude do tVECP com a freqüência espacial no contraste máximo, onde os três indivíduos possuíram boa resposta, foi indicativa de modulação passa-banda, com forte atenuação da amplitude nas frequências espaciais maiores e menores. As maiores amplitudes foram obtidas para a freqüência espacial de 2 cpg: 25,4, 12,8 e 3,8 µV para os três indivíduos testados. Para 3 cpg os valores foram 27,7, 8 e 2 µV para cada indivíduo, respectivamente. A amplitude de variação para os valores de amplitude nas diferentes frequências espaciais no contraste máximo foi de 10,6 µV. Um dos indivíduos apresentou amplitude baixa e mensurável apenas nas frequências de 2 e 3 cpg. Os valores de latência aumentaram monotonicamente com o aumento da frequência espacial e apresentaram baixa variabilidade quando comparados aos valores de amplitude, 112±1,5 ms e 121±6,8 ms para as freqüências de 2 e 3 cpg, respectivamente. Nas diferentes frequências espaciais estudadas e no contraste máximo a amplitude de variação para a latência foi de 47,5 ms. Conclusão. A atenuação nas frequências espaciais menores e maiores, da amplitude do tVECP, é similar à variação de amplitude encontrada nas medidas de amplitude do ssVECP. Os maiores valores de amplitude ocorreram em freqüências espaciais condizentes com os achados no ssVECP e em medidas psicofísicas. No entanto, as medidas psicofísicas documentam variações de sensibilidade com a frequência espacial do tipo passa-baixa.


Palavras-chave:  Visão de Cores, Redes Senoidais Cromáticas Isoluminantes, Potencial Cortical Provocado Visual