SBNeC 2010
Resumo:E.029


Poster (Painel)
E.029MORFOLOGIA E NEUROQUÍMICA DO PLEXO MIENTÉRICO INTESTINAL DE CHINCHILLA LANIGERA SOB CÓLICA TIMPÂNICA EXPERIMENTAL
Autores:Denise M. Zancan (ICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de FisiologiaUFRGS - PPGNeurociências, Instituto de Ciências Básicas da Saúde) ; Raphaela C. Franceschi (UFRGS - PPGNeurociências, Instituto de Ciências Básicas da SaúdeICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de Fisiologia) ; Renan Gasparetto (ICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de Fisiologia) ; Barbara P. Coelho (ICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de Fisiologia) ; Marcia Peiter (ICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de Fisiologia) ; Malcon A. M. Martinez-pereira (UFRGS - PPGNeurociências, Instituto de Ciências Básicas da SaúdeICBS, UFRGS - Laboratório de Neurobiologia Comparada, Depto de Fisiologia)

Resumo

OBJETIVOS: As chinchilas (Chinchilla lanigera) despertam interesse para comercialização de pele ou como animais de estimação. Entre os poucos estudos neurobiológicos, a chinchila tem sido utilizada no estudo do processamento auditivo. A criação em cativeiro propicia o surgimento de algumas enfermidades, pouco compreendidas, como a cólica timpânica, caracterizada pela incapacidade de expulsar os gases produzidos na digestão fermentativa, resultando na distensão acentuada da parede do ceco e do cólon. O não-balanceamento correto de nutrientes da dieta, associado à oferta de leguminosas, desencadeia o quadro clínico. Saponinas e pectinas presentes nas leguminosas, como alfafa, são facilitadoras deste processo. Considerando que uma das consequências da cólica é a distensão da parede visceral, este processo pode resultar em alterações morfológicas e funcionais dos neurônios do sistema nervoso entérico. Neste sentido, o trabalho tem por objetivos analisar a morfologia e atividade da acetilcolinesterase (AChE) e da diaforase da nicotinamida adenina di-nucleotídeo (NADPHd) do plexo mientérico (PM) de chinchilas submetidas a um protocolo de cólica timpânica experimental. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas 05 fêmeas adultas, provenientes de cabanha (Chilacenter, Viamão, RS), que foram divididas em dois grupos: controle (GC, n=2) e timpânico (GT, n=3). As chinchilas foram mantidas em gaiolas individuais, com condições de temperatura e luminosidade controladas, e água ad libitum por 4 semanas. O GT foi alimentado diariamente com uma dieta diferenciada (15g de ração, 40g de milho, 20g de cenoura crua, 10g de alfafa fresca e 5g de semente de girassol), enquanto que o GC recebeu uma dieta balanceada (30g de ração ao dia e 10g de alfafa fresca uma vez por semana). Uma vez diagnosticado o abdômen agudo, os animais foram sacrificados e coletados: junção íleo-cecal, ceco, sacular e tubular, cólons e reto. Após a fixação, os tecidos foram submetidos às técnicas de histoquímica para AChE e NADPHd. Após a incubação, os preparados de membrana da túnica muscular foram montados para análise em microscópio óptico. RESULTADOS: O PM de ambos os grupos mostrou atividade AChE e NADPHd positiva. A coloração uniforme dos PM para estas técnicas revelou em GC um aspecto estruturado do PM com gânglios conectados por feixes de fibras. Os gânglios organizam-se sob a forma de agregados ou isoladamente, com predomínio de um tipo ou outro e com variações morfológicas de acordo com a região. O plexo primário (mais externo) constitui-se de gânglios e feixes nervosos de primeira ordem, disposto sobre os plexos secundário e terciário. O plexo secundário apresenta gânglios menores e distribuição longitudinal dos feixes. O plexo terciário não possui gânglios, apenas feixes de fibras paralelos às fibras musculares. No GT, o PM mostrou gânglios disformes e a rede de fibras nervosas mais alongada, acompanhando a distensão da parede do trato, tanto no plexo primário como no secundário. O plexo terciário mostrou menos neuritos marcados que no GC. Uma análise qualitativa inicial revelou um aumento da atividade AChE e NADPHd no GT em relação ao GC. CONCLUSÃO: A ocorrência de cólica promove alterações no formato dos gânglios e diminuição dos neuritos funcionais no PM de chinchilas. O aumento da atividade de NADPHd pode indicar maior produção de NO. Um aumento do número amostral e análise densitométrica seguem sendo realizadas para ratificar estas alterações observadas. (CAPES, CNPq)


Palavras-chave:  chinchilla, plexo mientérico, cólica timpânica, AChE, NADPH diaforase