SBNeC 2010
Resumo:E.030


Poster (Painel)
E.030Marcadores periféricos de estresse oxidativo associados à alterações do sistema nervoso entérico em Chinchilla lanigera sob cólica timpânica experimental
Autores:Raphaela da Cunha Franceschi (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Márcia Peiter (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Andréia Horst (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bárbara Paranhos Coelho (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Renan Gasparetto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Maira Silmara de Moraes (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carolina Kolberg (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Malcon Andrei Martinez Pereira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Wania Aparecida Partata (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Denise Zancan (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

OBJETIVOS: As chinchilas (Chinchilla lanigera) apresentam interesse comercial, sendo criadas para comercialização de peles e como animais de estimação. Existem, entretanto, poucos dados científicos sobre os hábitos e enfermidades que acometem esta espécie. A cólica timpânica é uma enfermidade frequentemente relatada em C. lanigera. Caracteriza-se pela distensão acentuada do ceco, devido à incapacidade de expulsar gases produzidos na digestão fermentativa de leguminosas que contém saponina e pectina, como a alfafa, em uma dieta desbalanceada. A instalação da cólica poderia ocasionar mudanças morfológicas e oxidativas do trato digestório, especialmente do sistema nervoso entérico (SNE). Em casos de dano tecidual há aumento da produção de espécies ativas de oxigênio, com grande potencial citotóxico, e falha nos sistemas antioxidantes. Considerando que o dano ao SNE, resultante do acometimento de cólica, pode envolver alterações do perfil oxidativo, este trabalho objetiva analisar possíveis modificações de marcadores periféricos de estresse oxidativo. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas 05 fêmeas adultas, oriundas de cabanha (Chilacenter, Viamão, RS), divididas em grupos controle (GC, n=2) e timpânico (GT, n=3), acondicionadas em gaiolas individuais, com temperatura e luminosidade controladas, e água ad libitum durante 4 semanas. O GC recebeu uma dieta de 30g de ração comercial ao dia e 10g de alfafa fresca uma vez por semana, enquanto o GT recebeu 15g de ração, 40g de milho, 20g de cenoura crua, 10g de alfafa fresca e 5g de semente de girassol ao dia. Após diagnóstico de cólica timpânica no GT, os 5 animais foram testados quanto à sensibilidade mecânica com o Teste de Von Frey e, após, sacrificados, coletados 2ml de sangue da veia porta hepática (SVP) e 2ml de sangue sistêmico (SS). As amostras de sangue foram processadas e utilizadas para determinação de dano lipídico em plasma pelo método de xilenol laranja e para determinação da atividade antioxidante da enzima catalase em eritrócitos. Alterações morfológicas e oxidativas do SNE foram observadas em segmentos do ceco, cólons e reto por análises histoquímicas das enzimas acetilcolinesterase (AChE) e diaforase da nicotinamida adenina di-nucleotídeo fosfato (NADPHd). RESULTADOS: Em estudo paralelo, foram observadas alterações gangliais e das fibras nervosas do SNE. O teste de Von Frey mostrou um limiar de sensibilidade menor do GT comparado ao GC. No GC, não foi observada diferença no dano lipídico entre o SS (5,95 ± 1,99) e o SVP (4,10 ± 1,55). No GT observou-se aumento do dano lipídico no SVP (8,94 ± 1,13) em relação ao SVP do GC. O SS (2,23 ± 0,77) do GT apresentou o menor valor de lipoperoxidação quando comparado ao sangue dos demais grupos. Em relação à atividade da catalase, não se observou diferença entre SVP (26,56 ± 2,46) e SS (25,84 ± 1,89), tanto para GC quanto GT (11,47 ± 5,14; 18,85 ± 1,63 respectivamente). Entretanto, observa-se uma aparente diminuição da atividade da catalase no SVP e no SS do GT em relação aos do GC. CONCLUSÃO: O dano lipídico evidenciado no SVP das chinchilas timpânicas pode estar associado às alterações já observadas no sistema neuroentérico e à sensibilidade dolorosa. Por outro lado, o SS destes animais apresentou o menor valor de dano lipídico, ainda que não foram observadas variações na atividade da catalase entre o SVP e o SS deste, o que pode estar relacionado à atividade de antioxidantes não-enzimáticos presentes na dieta do GT.


Palavras-chave:  chinchila, cólica timpânica, estresse oxidativo, plexo mientérico, sistema nervoso entérico