SBNeC 2010
Resumo:B.015


Prêmio
B.015EFEITO AGUDO DE COCAÍNA NA CAPTAÇÃO DE AMINOÁCIDOS EXCITATÓRIOS EM CÓRTEX DE CAMUNDONGOS
Autores:Matheus Sathler (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Maurício Pereira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Isis Grigorio (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ney Pecinalli (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Fernando Garcia de Mello (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Pradeep Bhide (HARVARD - Developmental Neurobiology,Massachusetts General Hospital) ; Regina Kubrusly (UFF - Universidade Federal FluminenseHARVARD - Developmental Neurobiology,Massachusetts General Hospital)

Resumo

OBJETIVOS: O trabalho investiga se o estímulo agudo de cocaína altera a disponibilidade extracelular de aminoácidos excitatórios (AAE) analisando os mecanismos moleculares do sistema de captação de [3H]D aspartato. MÉTODOS: Camundongos suíços de 10 dias pós-natais (P10) receberam doses de L-DOPA (20mg/kg/s.c) por 3 dias ou 12 horas antes do sacrifício, dose única de COC (10mg/Kg/ip) por diferentes intervalos de tempo (10, 30, 60 e 90 min) ou do bloqueador do transportador de dopamina GBR 12909 (1 mg/kg,i.p.) antes da eutanásia com CO2 e dose única do antagonista do receptor de dopamina D1 SCH 23390 (0,25 mg/kg, i.p.), 1 hora antes da injeção da COC ou L-DOPA. O cérebro foi removido, o córtex frontal dissecado e incubado com [3H]D-Aspartato ou [3H]Dopamina por diferentes intervalos de tempo e diferentes condições experimentais (com ou sem sódio, na presença dos inibidores da via de PKA e da adenilato ciclase). A captação de AAE foi medida por cintilação líquida e os resultados normalizados por dosagem de proteína. A dosagem de AMPc foi observada em P30 com uso de radionucleotídeos. Análises por imunoblot foram feitas para avaliar a expressão de pCREB. Os resultados foram analisados pelo teste ANOVA seguido de pós-teste Bonferroni, expressos como média±EPM, considerando o nível de significância p<0.001. RESULTADOS: A captação de 3H-Aspartato foi maior em P30 e saturante a partir de 60 min (4,11 ±0,2114 pmol/mg ptn, n=6). O transporte foi inibido a 8ºC (1,585 ±0,2312 pmol/mg ptn, n=4) e na ausência de sódio (0,5033±0,0437 pmol/mg ptn, n=3). A captação foi bloqueada com COC por 10 min (2,496±0,2779 pmol/mg ptn, n=8), com L-DOPA administrada por 3 dias (3,154±0,2426 pmol/mg ptn; n=9) e também com GBR 12909 (3,118 ± 0,1636 pmol/mg ptn, n=8). Após a injeção de COC, os níveis intracelulares de AMPc aumentaram em duas vezes com relação aos níveis basais (110±3,4 pmoles AMPc/mg ptn e 54±12 pmoles AMPc/mg ptn, respectivamente) assim como a expressão de pCREB. A inibição da via da PKA com H89 (1µM) preveniu o bloqueio da captação de [3H]D-Aspartato induzido pela COC (4,518±0,4767 /pmol/mg ptn n=5 e 2,496±0,2779 pmol/mg ptn, n=3; respectivamente). A administração do antagonista do receptor de dopamina D1 SCH 23390 também previniu o efeito da COC (3,253±0,4362 pmol/mg ptn; n=4 e 2,496±0,2779 pmol/mg ptn, n=8, respectivamente) e da L-DOPA sobre a captação de [3H]D-Aspartato (2,86±0,3186 pmol/mg ptn, n=4 e 3,154±0,2426 pmol/mg ptn; n=9, respectivamente). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que COC induz aumento de AMPc e pCREB, bloqueando o sistema de captação de AAE e disponibilizando glutamato para o meio, contribuindo para a liberação de outros neurotransmissores e conseqüente dependência à COC. Apoio Financeiro: FAPERJ, CNPq, INCT, PROPPi


Palavras-chave:  cocaína, córtex, glutamato, transportadores