SBNeC 2010
Resumo:J.033


Prêmio
J.033INIBIÇÃO DIFERENCIAL DA ACETILCOLINESTERASE SOBRE O CÓRTEX CEREBRAL, MESENCÉFALO E TRONCO ENCEFÁLICO APÓS ADMINISTRAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE CLORPIRIFÓS E METAMIDOFÓS DURANTE O DESENVOLVIMENTO
Autores:Ana Carolina Dutra Tavares (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Carla Soares de Lima Prieto (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Fernanda Barbosa Nunes Coelho (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Alex C. Manhães (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Cláudio Carneiro Filgueiras (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Yael de Abreu Villaça (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Introdução: Pesticidas organofosforados (OF), amplamente usados em todo o mundo com propósitos agrícolas e domésticos, tem a sua toxicidade associada à inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE). Considerando que estes pesticidas são particularmente tóxicos durante o desenvolvimento, neste estudo, avaliamos o grau de inibição da AChE promovido por diferentes doses de clorpirifós e metamidofós em diferentes regiões do cérebro de camundongos neonatos. Metodologia: Camundongos Suíços neonatos receberam injeções diárias (s.c.) de clorpirifós ou metamidofós diluídos em dimetilsulfóxido (DMSO) do segundo dia (PN2) de vida pós-natal ao nono (PN9). Cada ninhada (n total: 66; 7 ninhadas) foi subdividida em animais Controle (expostos a DMSO) e animais expostos a um dos pesticidas: clorpirifós ou metamidofós (Maior Dose: 3mg/kg/dia, Dose Intermediária: 1mg/kg/dia e Menor Dose: 0,25mg/kg/dia). Em PN10 os animais foram sacrificados, o córtex cerebral, mesencéfalo e tronco encefálico (bulbo+ponte) foram dissecados e estocados a -45°C para posterior análise. A atividade enzimática da AChE foi avaliada por método fotocolorimétrico. Resultados: Quanto à Maior Dose, a comparação entre os pesticidas indicou que, no córtex cerebral, clorpirifós causou 18,8% de inibição da ACHE enquanto que a mesma dose de metamidofós causou 42,0% de inibição em relação ao grupo Controle (diferença próxima da significância, F1,12=4,44, P=0,057). No mesencéfalo, a Maior Dose de clorpirifós causou inibição de 22,4%, enquanto que o metamidofós causou inibição de 25,3%. No tronco cerebral, clorpirifós causou 12,9% de inibição da AChE enquanto que metamidofós causou 20,9%. Quanto à Dose Intermediária, a comparação entre os pesticidas indicou que, no córtex cerebral, clorpirifós causou 8,6% de inibição da AChE enquanto que a mesma dose de metamidofós causou 24,8% de inibição em relação ao grupo Controle. No mesencéfalo, a Dose Intermediária de clorpirifós causou inibição de 6,1%, enquanto que o metamidofós causou inibição de 17,7% (F1,14=5,42, P=0,035). No tronco cerebral, clorpirifós não causou inibição (-0,8%) da AChE enquanto que metamidofós causou inibição de 15,6% (F1,14=10,24, P=0,006). Quanto à Menor Dose, a comparação entre os pesticidas indicou que, no córtex cerebral, clorpirifós causou 14,5% de inibição da AChE enquanto que a mesma dose de metamidofós causou 2,9% de inibição em relação ao grupo Controle. No mesencéfalo, clorpirifós causou inibição de 7,5%, enquanto que o metamidofós causou inibição de 8,9%. No tronco cerebral, a Menor Dose de clorpirifós causou inibição de 1,7% enquanto que metamidofós causou inibição de 5,6%. Conclusão: Nossos resultados indicam que, em camundongos, a inibição da AChE durante o período neonatal promovida pelo metamidofós e clorpirifós não diferiu entre as regiões cerebrais. Contudo, a magnitude da inibição causada pelo metamidofós foi mais acentuada que a do clorpirifós.


Palavras-chave:  acetilcolinesterase, organofosforado, córtex cerebral, mesencéfalo, tronco encefálico