SBNeC 2010
Resumo:C.040


Poster (Painel)
C.040ESTUDO COMPARATIVO DE PARÂMETROS OXIDATIVOS EM REGIÕES ENCEFÁLICAS DE RATOS E RÃS EM ESTADO BASAL E APÓS A SECÇÃO DO NERVO ISQUIÁTICO
Autores:Wania Aparecida Partata (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Taína Scheid (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lidiane Dal Bosco (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ana Paula Konzen Riffel (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Etiane Medianeira Hundertmarck Soccol (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Isabela Andres Finamor (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Maria Amália Pavanato (UFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Adriane Belló-klein (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

OBJETIVOS: Diferentes modelos experimentais são empregados no estudo da injúria às fibras nervosas periféricas, como modelo de dor neuropática. Inúmeros estudos vêm relatando a participação de espécies reativas de oxigênio (EROs) no processamento da informação nociceptiva e na perpetuação de anormalidades decorrentes da secção nervosa periférica. Porém são inexistentes os trabalhos que avaliam o envolvimento das espécies reativas e das defesas antioxidantes neste modelo experimental, nas regiões encefálicas e, especialmente, em distintas espécies animais, o que proporcionaria uma abordagem comparativa. Assim, o presente trabalho avaliou parâmetros de estresse oxidativo e defesas antioxidantes em regiões encefálicas de duas espécies de vertebrados, rãs e ratos, em condições basais e após a secção do nervo isquiático. METODOLOGIA: Foram empregados ratos Wistar e rãs Rana catesbeiana, machos, adultos, separados nos grupos experimentais: controle (animais sem qualquer manipulação cirúrgica) e desnervados (animais com secção do nervo isquiático). As espécies foram mortas por decapitação aos 3 e 7 dias após os procedimentos cirúrgicos. Nos ratos ainda separou-se um grupo sham (animais onde o nervo foi exposto, porém não seccionado), mortos nos mesmos intervalos de tempo. As estruturas nervosas centrais escolhidas para estudo foram o neocórtex e tronco encefálico, nos ratos, e prosencéfalo e tronco encefálico nas rãs. Para avaliação dos parâmetros oxidativos realizaram-se as medidas das atividades antioxidantes das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa transferase (GST), além da quantificação do teor de ácido ascórbico (AA) e grau de lipoperoxidação (por quimiluminescência) nas regiões encefálicas das diferentes espécies. RESULTADOS: No encéfalo de ratos e rãs em estado basal, SOD e AA apresentaram valores semelhantes entre as espécies, com concentração de AA maior em tronco encefálico de rãs. A atividade da CAT foi próxima ao dobro daquela observada em rato nas duas regiões encefálicas, e a da GST maior apenas no prosencéfalo de rãs. Aos 3 dias após a secção do nervo observou-se aumento significativo da lipoperoxidação nas duas regiões encefálicas de ratos, e nas rãs este acréscimo foi observado aos 3 e 7 dias no prosencéfalo e apenas aos 3 dias no tronco encefálico. Nos ratos a atividade da CAT aumentou apenas no córtex, não mostrando qualquer modificação significativa nos tecidos de rãs. A enzima SOD mostrou aumento em sua atividade nas duas regiões encefálicas de ratos aos 3 e 7 dias, mas teve esta atividade reduzida nas regiões encefálicas de rãs aos 3 dias após a axotomia periférica. Os ratos do grupo sham também mostraram aumentos em seus valores de lipoperoxidação nas regiões estudadas, mas apenas aos 3 dias após a lesão. Os valores de AA não variaram significativamente nas regiões do encéfalo de ratos, mas tiveram aumento nas regiões de rãs aos 7 dias. Diferentemente dos ratos, as regiões encefálicas de rãs diminuíram a atividade da GST aos 3 dias após a secção nervosa periférica. CONCLUSÕES: Estes resultados mostram que a secção nervosa periférica, bem como as diferentes intensidades de estimulação nociceptiva (sham e desnervado) é capaz de desencadear dano oxidativo em estruturas encefálicas de distintas espécies de vertebrados. Além disso, a injúria nervosa periférica parece ativar diferentes mecanismos de defesa antioxidante no encéfalo de rãs e ratos.


Palavras-chave:  Antioxidantes, Lipoperoxidação, Nocicepção, Rato, Rãs