SBNeC 2010
Resumo:F.103


Poster (Painel)
F.103Aprendizagem de sequência por treino imaginativo e real: avaliação do impacto de um pré-treinamento extenso.
Autores:Amanda Karine dos Santos (UNIFIEO - Centro Universitário FIEOUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São PauloUSP - Universidade de São Paulo) ; Rodrigo Pavão (USP - Universidade de São Paulo) ; Andréa Maria Garrido dos Santos (UNIFIEO - Centro Universitário FIEOUSP - Universidade de São Paulo) ; André Frazão Helene (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

O treino imaginativo corresponde a um estado dinâmico no qual representações de percepções e ações, incluindo aquelas arquivadas na memória, são reativadas, mantidas e manipuladas, sem que haja a estimulação ou mesmo a expressão de um desempenho real. É aceito que a melhora do desempenho associada ao treinamento imaginativo envolva a capacidade de se valer da atividade neural necessária à geração do estado imaginativo per se. No entanto, para que isso seja possível, cada voluntário deve ser capaz de produzir estas representações, o que também deve ser apreendido e possui um custo associado ao desafio imaginativo presente ali. Resultados anteriores do grupo mostraram que, na ausência de qualquer pré-treinamento na tarefa de Tempo de Reação Serial (TRS), o tempo para o desempenho imaginativo de treinamento ao longo de uma série de blocos, apesar de possuir um padrão mais lento do que aquele encontrado no desempenho real de treinamento, apresenta uma mesma inclinação [em uma ANOVA isso está expresso na inexistência de um efeito Bloco x Grupo (F2,24 = 0,98, P > 0,38)] . Isso levanta a possibilidade de que a inclinação das curvas possa ser a mesma tanto em função do aprendizado da sequência quanto do aprendizado da própria tarefa de oposição. A proposta do presente estudo é, em uma tarefa de TRS de oposição de dedos, avaliar qual o impacto de uma fase de pré-treinamento extenso, com oposições seguindo uma ordem aleatória de aparecimento de cada um dos dedos, sobre as características do treinamento imaginativo ou real, posteriores, seguindo agora uma seqüência fixa de movimentos. Para isso 16 voluntários foram expostos a uma fase de pré-treinamento real com 10 blocos de 48 oposições. Após esta etapa estes foram organizados em dois grupos de 8 voluntários, nesta fase, enquanto os voluntários de um destes grupos apenas imaginou a realização das oposições o outro as realizou, ambos ao longo de 10 blocos de 48 oposições. Com isso foi possível separar os efeitos de treinamento prévio da tarefa de oposição (treinado nos blocos iniciais - aleatórios) daqueles que envolvem o aprendizado da sequência (real ou imaginativo - blocos seguintes). O tempo para cada oposição realizada ou imaginada foi mensurado e armazenado, com precisão de 1 ms, sendo a expressão do tempo desde a indicação do dedo em questão até a oposição ser realizada. Uma análise de variância dos tempos de oposição mostrou que não foram encontradas diferenças entre blocos [F(2,28)=1,62; p<0,2150] , entre os grupos [F(1,14)=0,14; p<0,7176] ou de interação bloco x grupo [F(2,28)=0,40; p<0,6727]. Esses dados repetem os dados anteriores e parece apontar para o fato de que o pré-treinamento aplicado aqui não influencia o desempenho imaginativo ou, que influencia o desempenho imaginativo da mesma maneira que o faz para o desempenho real. Isto reforça a expectativa de que treinamento real e imaginativo tenham origem em processos cognitivos similares.


Palavras-chave:  Treino imaginativo, Memória, Tempo de Reação Serial