SBNeC 2010
Resumo:B.059


Poster (Painel)
B.059A via da MAPK/ERK é importante para o crescimento/manutenção dos prolongamentos da oligodendroglia cultivada em laminina
Autores:Penha Cristina Barradas (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Viviane Younes Rapozo (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Luiz Otávio Ribeiro de Lemos Felgueiras (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Iolanda Margherita Fierro (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Thereza Christina Barja-fidalgo (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Objetivos: A via da MAPK/ERK é importante tanto para a sobrevivência como para a progressão da diferenciação da oligodendroglia (OL). Além disso, possui um papel estágio-específico na ramificação/manutenção dos prolongamentos: in vitro, a OL madura quando tratada com inibidores da MEK apresentaram uma morfologia arredondada, sem prolongamentos. Estes resultados foram acompanhados por alterações no citoesqueleto, como o padrão de distribuição da CNPase e da tubulina, que deixaram de apresentar um padrão filamentar e passaram a ter um padrão puntiforme. Nosso objetivo neste trabalho foi avaliar a interação da MAPK/ERK na OL cultivada em laminina e o papel da cinase de adesão focal (FAK) neste processo. Métodos e resultados: Os experimentos foram realizados com a aprovação do comitê de ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEA/019/2010). Culturas primárias foram obtidas de hemisférios cerebrais de ratos neonatos. As células foram plaqueadas em poli-L-lisina (PLL) ou em laminina (LAM). Nos três primeiros dias foi adicionado meio DMEM-F12 com 10% de soro fetal bovino e, posteriormente, meio específico para oligodendrócitos N2B3. Com 5 dias neste meio, as culturas foram tratadas por 30 minutos com o inibidor da MEK U0126 – U0 [1μM]. Nas culturas controle (C) foi adicionado o veículo DMSO na mesma concentração. As células foram fixadas e imunorreagidas com os anticorpos anti-CNPase e anti-FAK fosforilada-Tyr397 – pFAK que foram revelados com anticorpos conjugados a CY3 e ALEXA FLUOR 488. Nas culturas C-PLL, a CNPase estava distribuída em um padrão filamentar discreto. A OL imatura apresentou uma distribuição da pFAK ao longo dos prolongamentos e na periferia do corpo celular. A OL madura porém, apresentou uma redução na marcação da pFAK, em comparação à OL imatura. Nas culturas C-LAM, a imunoreatividade para CNPase era mais intensa e no padrão filamentar. A OL imatura apresentou uma marcação mais forte para pFAK ao longo dos prolongamentos e na periferia do corpo celular quando comparada com a OL imatura da cultura C-PLL. A OL madura apresentou extensos véus de membrana como resultado da interação com a LAM, no entanto a marcação para pFAK estava reduzida, comparada com a OL madura da cultura C-PLL. O tratamento com U0 induziu o arredondamento celular na OL madura das culturas cultivadas tanto em PLL como em LAM. Além disso, o tratamento diminuiu a pFAK na periferia celular. As células das culturas U0-PLL apresentaram um padrão de marcação da CNPase puntiforme, porém, as células das culturas U0-LAM apresentaram um padrão filamentar acentuado, mesmo nas células arredondadas. Conclusões: Nossos resultados corroboram a importância da laminina na diferenciação da OL, visto pela morfologia celular da OL madura com véus de membrana maiores e indicam um papel desta na distribuição/organização da CNPase. Demonstramos também que a FAK está mais ativa na OL imatura, ao longo dos prolongamentos e na periferia do corpo celular, porém na OL madura, a ativação da FAK ocorre de forma mais discreta, reforçando a idéia de que ela é importante para o crescimento dos prolongamentos, porém quando a OL está pronta para a mielinização, é necessário um estágio de adesão intermediário. Este pode ser o motivo porque a OL madura é mais sensível à inibição da via da MAPK/ERK.


Palavras-chave:  oligodendroglia, MAPK/ERK, FAK, Laminina, diferenciação celular