SBNeC 2010
Resumo:J.098


Prêmio
J.098PERFIL NEUROANATÔMICO DOS INIBIDORES DE HISTONAS DEACETILASES EM UM MODELO ANIMAL DE MANIA INDUZIPO POR ANFETAMINA
Autores:Camila Leite Ferreira (UNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Samira da Silva Valvassori (UNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul CatarinenseUNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Camila Orlande Arent (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; Jéssica Lopes Borges (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense) ; João Luciano de Quevedo (UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense)

Resumo

Introdução: O Transtorno de Humor Bipolar (THB) é um dos mais graves transtornos do humor, afeta milhões de pessoas e apresenta altos índices de suicídio. Com o avanço de estudos de neuroimagem, tem sido sugerido que córtex pré-frontal, e hipocampo são algumas das áreas cerebrais mais afetadas no THB. Entretanto pouco se sabe sobre a precisa neurobiologia do THB, o que é essencial para o desenvolvimento de terapias específicas Estudos têm demonstrado que a modulação de histonas deacetilases (HDAC) parece estar envolvida na disfunção e degeneração neuronal e a inibição de HDAC tem sido considerada como um tratamento promissor para o THB. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil neuroanatômico de inibidores de HDAC, valproato (VPA) e butirato de sódio (SB), em um modelo animal de mania induzido por anfetamina (AMPH). Materiais e métodos: Ratos wistar machos com aproximadamente 60 dias de idade (n=8 por grupo) foram previamente anestesiados e através de cirurgia estéreotáxica foram implantadas cânulas-guia no ventrículo, no córtex pré-frontal, e hipocampo. Para avaliação da atividade locomotora os animais foram submetidos ao teste do campo aberto 2 horas após a administração de AMPH (2mg/kg) ou salina (Sal 0,9%) intraperitoneal (i.p) e 10 minutos após a administração intracerebral (IC) de 5μl de líquido encefalorraquidiano artificial (ACSF), SB (1,5mM) ou VPA (100μg). No presente trabalho, para cada estrutura avaliada havia seis grupos experimentais: Sal i.p + ACSF IC, Sal i.p + SB IC, Sal i.p + VPA IC, AMPH i.p + ACSF IC, AMPH i.p + SB IC, AMPH i.p + VPA IC. Resultados: A administração de AMPH i.p aumentou a locomoção dos animais que receberam microinjeção de ACSF em todas as regiões cerebrais: ventrículo (AMPH i.p + ACSF IC: 36,76±4,95 Sal i.p + ACSF IC: 36,76±4,95), pré-frontal (AMPH i.p + ACSF IC: 70,6±10,50 Sal i.p + ACSF IC:27,44±5,28) e hipocampo (AMPH i.p + ACSF IC: 57,12±4,86 Sal i.p + ACSF IC: 30,30±3,85). A administração da microinjeção dos inibidores de HDAC no ventrículo (AMPH i.p + SB IC:42,0±4,36 ; AMPH i.p + VPA IC: 36,36±6,07), pré-frontal (AMPH i.p + SB IC: 41,50±3,92; AMPH i.p + VPA IC: 31,12±4,11) e no hipocampo (AMPH i.p + SB IC: 45,88±3,78; AMPH i.p + VPA IC: 44,80±4,84) levou a uma diminuição significativa na hiperlocomoção dos grupos que receberam AMPH. Entretanto, a administração dos inibidores de HDAC no hipocampo não reverteu à hiperatividade induzida por AMPH nos animais (AMPH i.p + SB IC: 45,88±3,78; AMPH i.p+VPA IC: 44,80±4,83). Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a administração da microinjeção dos inibidores de HDAC no ventrículo reverte à hiperatividade induzida por AMPH nos animais. Além disso, a injeção dos inibidores de HDAC especificamente no pré-frontal também reverte à hiperatividade dos animais, sugerindo que esta estrutura está relacionada aos efeitos antimaníacos dos inibidores de HDAC.


Palavras-chave:  Transtorno do humor bipolar, Butirato de Sódio, Valproato, Anfetamina, Histonas deacetilases.