SBNeC 2010
Resumo:A.033


Poster (Painel)
A.033Hipocampo e estriado ganham neurônios mais lentamente do que o córtex cerebral
Autores:Bianca Torres Mendonça de Melo (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Christine Collins (VU - Vanderbilt University) ; Peyian Wong (VU - Vanderbilt University) ; Jon Kaas (VU - Vanderbilt University) ; Suzana Herculano-houzel (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

O hipocampo e o estriado são duas estruturas anatomicamente distintas e que são intensamente interconectadas com o córtex cerebral, estabelecendo circuitos com este e participando na memória. Mostramos anteriormente que o córtex cerebral de primatas varia em tamanho entre espécies como uma função linear de seu número de neurônios (Herculano-Houzel et al, 2007). Aqui, investigamos como o número de neurônios no estriado e no hipocampo de primatas variam entre as espécies com o número de neurônios do córtex cerebral. O número total de neurônios do hipocampo e do estriado foi determinado através do fracionador isotrópico (Herculano-Houzel e Lent, 2005) para 38 indivíduos de seis espécies (Microcebus sp., Galago moholi, Callithrix jacchus, Otolemur garnettii, Aotus trivirgatus, Macaca mulatta and Papio cynocephalus anubis). Funções potência descrevendo as relações entre massa absoluta, massa relativa e número de células foram computadas para o hipocampo, estriado e córtex, assim como para as relações entre estes. Como no córtex cerebral, encontramos que a massa do hipocampo e do estriado variam quase linearmente entre as espécies com o número de células não-neuronais e neuronais. No entanto, o número de neurônios do estriado cresce entre as espécies com o número de neurônios corticais elevado a um expoente de 0.571, enquanto o número de neurônios hipocampais varia com o número de neurônios do córtex elevado a um expoente de 0.461. Esses resultados mostram que, enquanto as mesmas regras internas de alometria celular se aplicam ao hipocampo, estriado e córtex cerebral em primatas, o estriado e o hipocampo ganham neurônios mais lentamente que o córtex, a uma taxa proporcional a aproximadamente a raiz quadrada do número de neurônios no córtex cerebral. O achado de que tanto a massa cortical como o número de neurônios corticais crescem com o quadrado do número de neurônios estriatais e hipocampais sugere uma relação combinatorial em que pares de associações feitas por N neurônios hipocampais e estriatais são representados e armazenados em uma rede de neurônios corticais que cresce em número de neurônios e massa com N^2.


Palavras-chave:  evolução, alometria, primatas