SBNeC 2010
Resumo:J.252


Poster (Painel)
J.252A exposição a efluentes de curtume com ou sem tratamento fotoeletroquímico não alterou os parâmetros avaliados nos testes comportamentais em ratos Wistar
Autores:Felipe dos Santos Moysés (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Karine Bertoldi (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Christiano Spindler (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Viviane Elsner (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Marco Antonio Siqueira Rodrigues (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ionara Rodrigues Siqueira (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Há evidências de uma associação entre a toxicologia ambiental e transtornos psiquiátricos. Modelos animais são apropriados para a detecção desta. Estudos prévios demonstram que a exposição crônica ao efluente de curtume induz a um estado de ansiedade em camundongos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da exposição de ratos a efluentes industriais em modelos de ansiedade, depressão e memória. Método: Ratos Wistar machos (3 meses, entre 200 e 300g) foram expostos durante 30 dias aos efluentes com ou sem tratamento (0,1%, 1% e 5%) na água de beber. Para obtenção do efluente tratado foi utilizado um processo fotoeletroquímico (radiação UV e potencial controlado). Os animais foram submetidos aos testes de detecção de atividade ansiogênica/ansiolítica (n=15), campo aberto, claro-escuro e neofagia, respectivamente, no 13º, 24º e 28º dias. Foram utilizados os testes de reconhecimento de objetos (14° e 15° dia) e esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (18° e 19° dia). A atividade depressora foi avaliada pelo teste do nado forçado (25° e 26° dia). Resultados: No teste do campo aberto, a exposição crônica à efluentes de curtume (com ou sem tratamento) não apresentaram diferenças significativas nos parâmetros avaliados, tempo gasto nos quadrantes central (Kruskal-Wallis; H=5,163; p=0,523) e nos quadrantes laterais (Kruskal-Wallis; H=4,383; p=0,625). No teste claro-escuro animais tratados com efluentes não apresentaram diferenças nos tempos no compartimento claro (Kruskal-Wallis; H=11,385; p=0,181) e compartimento escuro (Kruskal-Wallis; H=10,155; p=0,254). No teste da neofagia não houve diferença significativa: tempo de latência para ingestão de comida (Kruskal-Wallis H=8,144; p=0,228) e quantidade de comida ingerida (Kruskal-Wallis; H=8,781; p=0,186). No teste reconhecimento de objetos não houve diferença significativa no tempo de exploração do objeto novo, avaliado pelo índice de reconhecimento, entre os grupos testados (ANOVA de uma via; F(6,104)=2,189; p=0,110). No teste da esquiva discriminativa não houve diferença significativa entre os grupos nos parâmetros: número de entradas (Kruskal-Wallis; H=5,320; p=0,503) e o tempo no braço aversivo (Kruskal-Wallis; H=8,959; p=0,176). No teste do nado forçado não houve diferença entre os grupos no tempo de imobilidade na sessão teste (ANOVA de uma via; F(6,104)=1,159; p=0,918) e sessão re-teste (Kruskal-Wallis; H=2,989; p=0,810). Conclusão: A exposição crônica aos efluentes de curtume não induziu um comportamento semelhante à ansiedade em ratos. Isso demonstrou que ratos,diferentemente dos camundongos, não são bons modelos para estudos ecotoxicológicos com efluentes de curtume.


Palavras-chave:  Efluente de curtume, Ensaios comportamentais, Ratos Wistar, Tratamento fotoeletroquímico