SBNeC 2010
Resumo:B.057


Poster (Painel)
B.057Efeitos da modulação da via do AMPc/PKA na diferenciação oligodendroglial
Autores:Luiz Otávio Ribeiro de Lemos Felgueiras (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Viviane Younes Rapozo (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Elizabeth Giestal de Araujo (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Penha Cristina Barradas (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

A diferenciação oligodendroglial está relacionada com mudanças bem coordenadas do citoesqueleto e com a relação deste com a membrana plasmática, crucial para a formação da bainha de mielina. A 2´3´nucleotídeo cíclico 3´fosfodiesterase (CNPase) é uma proteína de oligodendrócito/mielina que está relacionada nesta modulação do citoesqueleto, agindo como proteína ancoradoura de microtubulos na membrana plasmática. É sabido que, in vitro, a CNPase migra da membrana plasmática para as estruturas semelhantes a nervuras, compondo com a actina e os microtúbulos os componentes radiais. A fosforilação e a expressão gênica da CNPase são reguladas pela via de sinalização do AMPc/PKA. Nosso objetivo neste trabalho é avaliar esta via na distribuição da CNPase e na diferenciação da oligodendroglia in vitro. Os experimentos foram realizados com a aprovação do comitê de ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEA/019/2010). Culturas primárias foram obtidas de hemisférios cerebrais de ratos neonatos. Nos três primeiros dias foi adicionado meio DMEM-F12 com 10% de soro fetal bovino e, posteriormente, meio específico para oligodendrócitos N2B3. Com 5 dias neste meio, as culturas foram tratadas por 30 minutos ou 24 horas com o inibidor da adenilato ciclase SQ22536 – SQ [1M], ativador da adenilato ciclase - forscolina [10M], ou com o inibidor da PKA - H-89 [1M]. Nas culturas controle foi adicionado o veículo DMSO na mesma concentração. As células foram imunorreagidas com o anticorpo anti-CNPase e anti-tubulina. Após 30 minutos, as células tratadas com forscolina apresentaram prolongamentos maiores, quando comparadas com as células das culturas controle. As células das culturas tratadas com H-89 apresentaram prolongamentos menores e acumulo de CNPase no corpo celular. As culturas tratadas com SQ não apresentaram alterações celulares aparentes neste tempo. Após 24 horas, o tratamento com forscolina causou um aumento no tamanho dos prolongamentos, com uma aparente diminuição da espessura e diminuição da arborização secundária. Em todos estes tratamentos, o padrão de distribuição da CNPase e da tubulina se apresentou filamentar, como nas células controle. Células tratadas com H-89 tiveram redução no tamanho do corpo celular e redução dos véus de membrana. Foi observado ainda o acúmulo da CNPase próximo ao núcleo, com um padrão de distribuição puntiforme, porém o padrão de distribuição da tubulina continuou filamentar. O tratamento com SQ causou alterações morfólogicas variáveis e a CNPase passou a se encontrar mais concentrada no corpo celular com padrão puntiforme de distribuição, sendo que o padrão da tubulina não foi alterada. Estes resultados demonstram a participação da via do AMPc/PKA no arranjo do citoesqueleto, como visto pela distribuição da CNPase nos diferentes tratamentos, com conseqüências na morfologia celular, tendo assim um papel importante na diferenciação oligodendroglial e, possivelmente na mielinogênese.


Palavras-chave:  Oligodendrócito, Diferenciação celular, Via do AMPc/PKA, CNPase, Cultura