SBNeC 2010
Resumo:E.028


Poster (Painel)
E.028Perfil circadiano dos comportamentos afiliativos em saguis (Callithrix jacchus) juvenis e adultos
Autores:Carolina Virginia Macêdo de Azevedo (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Paula Rocha de Melo (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Bruna Wanderley Raymond Brito (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Henrique James (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Kahena Quevedo Florentin (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Luiz Cândido Silva-júnior (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Alexandre Augusto Lara Menezes (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

A ontogênese dos comportamentos afiliativos está bem caracterizada em saguis, nos quais comportamentos como a catação, a proximidade e o contato apresentam perfil circadiano em animais adultos. Entretanto, o perfil circadiano desses comportamentos ao longo da fase juvenil e sua relação com padrão do individuo adulto ainda estava desconhecido. Para caracterizar o perfil circadiano dos comportamentos afiliativos em saguis juvenis entre 4 e 12 meses de idade e em seus pais mantidos em condições de claro-escuro 12:12 h, o registro comportamental de uma família foi realizado 2 vezes por semana. A duração dos comportamentos de catação entre todos os membros da família e da proximidade/contato entre os juvenis gêmeos foram registradas em sessões de 15 minutos a cada hora, durante a fase ativa. Os parâmetros do perfil circadiano dos comportamentos em cada idade foram avaliados através do Cosinor. A partir dos resultados preliminares com essa família, foi percebido que a maioria dos perfis médios da catação realizada e recebida em cada idade são unimodais. Apenas na catação recebida pelo pai, houve um aumento no mesor e na amplitude entre 6° e o 9° mês, quando comparado aos dois últimos meses. Em relação à proximidade/contato, esses parâmetros diminuem ao longo das idades. As acrofases da proximidade/contato e da catação realizada e recebida não se modificaram ao longo das idades, indicando que o momento preferencial no qual os animais realizam a catação não muda ao longo das idades. Além dessa análise, as durações a cada hora dos comportamentos avaliados foram agrupadas em intervalos de três horas (7-9 h; 10-12 h; 13-15 h; 16-18 h) e, para analisar o comportamento de catação realizada e recebida, foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas para dois fatores de repetição (intervalo e idade). Os animais não diferiram quanto à catação recebida, embora na catação realizada, o pai apresentou os maiores valores. A catação realizada e recebida variou ao longo dos intervalos, apresentando os maiores valores nos dois intervalos iniciais da fase ativa. A partir da ausência de interação entre animal, intervalo e idade, sugere-se que a distribuição desses comportamentos nos intervalos horários ao longo das idades é semelhante em todos os animais. As maiores durações no comportamento de proximidade/contato ocorreram entre 7 e 9 h e nos três primeiros meses de observação. A partir do 7º mês, ocorre uma redução na duração da proximidade/contato particularmente entre 13 e 15 h. Os achados indicam que o perfil circadiano dos comportamentos de proximidade/contato modifica-se ao longo das idades, o que não ocorre com o perfil circadiano do comportamento de catação realizada e recebida. Apesar desses resultados, ainda é necessário dar continuidade à coleta de dados em um número maior de famílias.


Palavras-chave:  sagüi, ontogênese, comportamentos afiliativos, circadiano