SBNeC 2010
Resumo:J.221


Poster (Painel)
J.221MEDIDAS QUANTITATIVAS UTILIZANDO IMAGENS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM DIFERENTES MOMENTOS DA VIDA EPILÉPTICA DE ANIMAIS TRATADOS COM PILOCARPINA OU ÁCIDO CAÍNICO
Autores:Roberson Saraiva Polli (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloIFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Jackeline Moraes Malheiros (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloIFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Alberto Tannús (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Luciene Covolan (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Objetivos: A epilepsia do lobo temporal (ELT) é uma doença neurológica cujas alterações mais estudadas são a excitotoxicidade e a esclerose hipocampal, além da reorganização sináptica e neurogênese pós-lesional. Em roedores, o modelo da pilocarpina e do ácido caínico, que mimetizam a ELT de humanos, tem como deflagrador das crises espontâneas recorrentes (CER) o estado de mal epiléptico (ou Status epilepticus, SE). Medidas quantitativas através de imagens de ressonância magnética (IRM), em modelos animais de epilepsia, têm sido cada vez mais realizadas. A volumetria hipocampal através das IRM relaciona a diminuição do hipocampo e aumento dos ventrículos à esclerose hipocampal. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar as alterações volumétricas no hipocampo em um estudo longitudinal (3 e 6 meses) após o SE induzido por pilocarpina ou ácido caínico sistêmico em ratos Wistar machos. Métodos: O procedimento de epilepsia experimental dos modelos de pilocarpina (Pilo, 320mg/kg) e ácido caínico sistêmico (KA, 10 mg/kg) seguem os protocolos já bem descritos (Turski et al., 1983 e Ben-Ari et al. 1981). As imagens foram adquiridas em uma eletrônica Bruker® adaptada ao magneto supercondutor Oxford Instruments 85310HR, com campo de 2 Tesla. Os animais foram anestesiados utilizando uma mistura de quetamina e xilazina (95 e 12mg/kg, ip, respectivamente) e depois colocados em uma bobina de radiofrequência do tipo sela cruzada. A volumetria foi realizada a partir de uma sequência RARE (do inglês Rapid Acquisition with Relaxation Enhancement) em que o contorno da região de interesse (hipocampo direito e esquerdo separadamente) foi realizada em 6 imagens consecutivas, em que a área foi multiplicada pela espessura da fatia, para a obtenção do volume. Para análise, a seleção dos níveis hipocampais cobre toda a extensão rostro-caudal, em intervalos regulares, que compreendem de -2,12 a -6,04mm a partir do bregma. A análise estatística foi feita usando análise de variância de uma via (ANOVA) seguida do teste pos-hoc Tukey/Kramer, assumindo p<0,05 como nível de significância para todas as análises. Resultados: Os resultados obtidos a partir da volumetria realizada nos animais 3 meses após o SE mostram que o volume hipocampal nos animais tratados com Pilo (69,5±7,8mm3) e KA (63,1±4,9mm3) é significante menor que o grupo controle (CTR, 79,3±6,5mm3). A análise do conjunto das imagens realizadas 6 meses após o SE não revela diferença estatisticamente significante quanto ao volume hipocampal entre os grupos. No entanto, a análise mais detalhada entre os níveis coronais indica que nas porções mais rostrais (2,12 e 3,60 mm) há redução nos volumes dos animais experimentais. No nível 2,12, diferenças são encontradas entre os animais CTR (5,74±0,14mm3) e KA (2,52±0,14mm3), CTR x Pilo (3,5±0,28mm3) e entre Pilo x KA. No nível 3,60 há diferença entre os grupos CTR (7,14±0,28mm3) x Pilo (6,02±0,28mm3) e CTR x KA (5,74±0,28mm3). Para os níveis dorsais analisados (4,16, 4,30, 5,20 e 6,04mm rostrais ao bregma), não há diferença entre os grupos estudados. Conclusões: Conclui-se que as IRM são sensíveis suficientes para identificar alterações patofisiológicas em ambos os modelos animais, e podem ser acessadas durante toda a vida epiléptica do animal. Estas alterações podem ser relacionadas à esclerose hipocampal e serão posteriormente comparadas a freqüência de crises espontâneas e recorrentes e análises histológicas.


Palavras-chave:  Ácido caínico, Epilepsia, Imagens de ressonância magnética, Pilocarpina