SBNeC 2010
Resumo:J.220


Poster (Painel)
J.220UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE REALCE POR MANGANÊS EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO ESTUDO DO MODELO AGUDO DA EPILEPSIA INDUZIDA POR PILOCARPINA
Autores:Jackeline Moraes Malheiros (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloIFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Roberson Saraiva Polli (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloIFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Alberto Tannús (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos-Universidade de São Paulo) ; Luciene Covolan (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Objetivos: A técnica de imagem por ressonância magnética (IRM) permite ótima abordagem em estudos de epilepsia por ser minimamente invasiva, versátil e permite ser realizada in vivo. A técnica MEMRI (Manganese-enhanced MRI) pode atuar como um marcador do influxo de cálcio nas células ativadas e traçar conexões neuronais, o que sugere que esta técnica pode servir como um localizador do foco epileptogênico. A proposta do presente estudo foi induzir o SE com durações curtas, delimitadas e crescente entre os grupos tratados com pilocarpina. Métodos: O cloreto de manganês (MnCl2, 60 mg/kg ip) administrado 12 horas antes da pilocarpina (300 mg/kg ip) garantiu sua permeabilidade no tecido cerebral durante o SE. A intensidade do sinal MEMRI foi analisada em três diferentes pontos temporais (5, 15 ou 30 minutos) após o início do SE (Status epilepticus). O SE foi cessado com uma mistura de tionembutal e diazepam (30 mg/kg + 10 mg/kg ip, respectivamente). Ainda sob efeito sedativo, os animais foram trasqueostomizados, intubados (tubo com 0,5 mm de diâmetro interno) e conectados a um respirador (Ugo Basile modelo 7025). Foram ventilados com ar ambiente (FiO2 21%) a 70 ciclos/min e volume de 3,5 ml/ciclo. As IRM foram adquiridas utilizando um magneto supercondutor horizontal com campo 2T (Oxford Instruments) e espectrômetro Bruker®. As imagens ponderadas por T1 foram adquiridas usando a seqüência FLASH (Fast Low-Angle Shot). As regiões de interesse (ROI) foram desenhadas nas regiões hipocampais CA1, CA3 e giro denteado (DG) em uma imagem no plano coronal adquirida 3,6 mm caudal ao bregma. Após a aquisição das imagens os animais foram perfundidos por via transcardíaca e os encéfalos processados para imunohistoquímica c-fos, um marcador de ativação celular. A análise estatística foi feita usando análise de variância de uma via (ANOVA) seguida do teste post-hoc Tukey/Kramer, assumindo p<0,05 como nível de significância. Resultados: Os resultados encontrados mostram que o grupo mantido em SE por 30 minutos possui diminuição na intensidade de sinal no CA3 (0,954±0,011, média±EP) e GD (0,985±0,008). Para o GD, não houve diferenças entre o grupo controle (1,037±0,009) e os grupos SE-5 (1,009±0,008) e SE-15 (1,019±0,008), que permaneceram 5 e 15 minutos em SE, respectivamente. Para o CA3, também não houve diferenças entre o grupo controle (1,013±0,008) e os grupos SE-5 (0,974±0,009) e SE-15 (0,991±0,008). O sinal encontrado na região do CA1 mostra que não houve nenhuma diferença entre os grupos experimentais. A expressão da proteína c-fos, nos mesmos animais mostrou que aqueles que permaneceram 5 minutos em SE já apresentavam ativação celular máxima nas sub-regiões do hipocampo GD (37,74±2,80), CA1 (26,95±1,93) e CA3 (20,65±1,76), quando comparados as mesmas regiões no grupo controle, DG (10,39±0,44), CA1 (11,22±0,34) e CA3 (9,04±0,30). Os dados mostram que o SE de até 30 minutos não altera a intensidade de sinal MEMRI na fase aguda do modelo de pilocarpina. A análise histológica da expressão da proteína c-fos, indica, no entanto, que nos tempos estudados, houve ativação celular nas regiões do GD, CA1 e CA3, para todos os tempos que os animais foram mantidos em SE. Conclusões: Conclui-se que elementos envolvidos no realce provocado pelo cloreto de manganês ou na formação das imagens estão alterados impedindo a localização das áreas ativadas pela crise epiléptica e são alvos de futuras investigações.


Palavras-chave:  Cloreto de manganês, Epilepsia, Imagens de ressonância magnética, Pilocarpina