SBNeC 2010
Resumo:F.079


Poster (Painel)
F.079Criação em dois biotérios diferentes não altera medidas de ansiedade em ratos Wistar machos
Autores:Silvio Morato (USP - Universidade de São Paulo) ; Thiago Brito (USP - Universidade de São Paulo) ; Javier Leonardo Rodríguez Rico (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Objetivos: Estudar a influência do biotério onde ratos são criados sobre o comportamento exploratório no labirinto em cruz elevado e na tábua de buracos (hole-board). Método: Sujeitos: Ratos Wistar machos nascidos no biotério central da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto foram distribuídos em três grupos: D1 (trazidos com 1 dia de vida para nosso biotério, N=10), D30 (trazidos com 30 dias de idade para nosso biotério, N=12) e D60 (trazidos para nosso biotério com 57 dias de idade, N=11). Depois do desmame, aos 30 dias de idade, os animais do grupo D1, assim como os dos grupos D30 e D60 foram alojados em 6 indivíduos por caixa, com água e comida à vontade. Procedimento: Aos 60 dias de idade, todos os ratos foram pesados e expostos individualmente ao labirinto em cruz elevado por 5 min, registrando-se o tempo e freqüência de entradas nos braços abertos e fechados, distância percorrida em ambos os braços e os comportamentos de esticar-se, levantar-se, mergulhar a cabeça e limpar-se. No dia seguinte, foram expostos à tabua de buracos (hole-board), um campo aberto quadrado com 5 buracos (no centro e nos 4 cantos) que, através de sensores, registravam as freqüências e as durações dos mergulhos de cabeça. Análise Estatística: Anova de uma via e teste de Kruskal-Wallis, com P<0,05. Resultados: Os dados são mostrados em médias±E.P.M. Os animais dos grupos D1 (392±40±6,42 g) e D30 (392,75±8,99 g) ganharam mais peso que os do grupo D60 (353,00±9,87 g), que ficaram menos tempo no biotério (F[2,32]=6.873,P=0,003). Labirinto em cruz elevado: Não ocorreram diferenças significativas entre os animais dos grupos D1, D30 e D60, respectivamente, nas seguintes medidas: entradas (3,00±0,89, 3,92±0,72 e 3,82±0,67) e tempo nos braços abertos (36,75±9,59, 38,34±7,30 e 42,12±9,90 s), entradas (8,00±1,06, 9,00±1,03 e 8,64±1,07) e distância percorrida nos braços fechados (6,87±0,78, 7,38±0,70 e 7,94±0,78 m). Tábua de Buracos: Também não ocorreram diferenças significativas entre os animais dos grupos D1, D30 e D60, respectivamente, nas seguintes medidas: freqüência (12,56±2,01, 15,55±2,09 e 16,64±2,05) e tempo gasto (15,03±2,60, 17,78±4,28 e 20,41±3,38 s) mergulhando a cabeça nos buracos e tempo gasto no centro (1,91±0,56, 1,59±0,42 e 1,21±0,59 s) e nos cantos (13,12±2,48, 16,20±4,00 e 19,20±3,20 s) do aparato. Conclusão: Os dados mostram dois pontos claramente. Primeiro, os ratos que permaneceram mais tempo em nosso biotério ganharam mais peso, o que provavelmente está relacionado a menos estresse devido ao menor número de animais alojados por caixa e a um ambiente com menor perturbações. Segundo, apesar das diferenças de peso, as medidas de ansiedade desses animais foram semelhantes. Portanto, pode-se afirmar que tanto os animais alojados no biotério central como os alojados em nosso laboratório não apresentam diferenças para os modelos testados.


Palavras-chave:  labirinto em cruz elevado, Tábua de buracos (hole board), Ansiedade, Comportamento exploratório, Rattus norvegicus