SBNeC 2010
Resumo:C.077


Poster (Painel)
C.077ESTEREOTIPIA E DIVERSIDADE NAS PROJEÇÕES IPSILATERAIS DO CÓRTEX SOMATOSENSORIAL DA CUTIA (Dasyprocta primnolopha): ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE AXÔNIOS NAS REPRESENTAÇÕES DAS PATAS ANTERIORES E POSTERIORES QUE SE PROJETAM DE S1 PARA S2
Autores:Lucídia Fonseca Santiago (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Emiliana Guerra da Rocha (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Camila Luzia Almeida dos Santos (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Antônio Pereira Jr (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Cristovam Wanderley Picanço Diniz (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

Introdução: Trabalhos realizados em humanos mostram que S2 é uma área de associação multimodal envolvida na integração de aferentes cutâneos, proprioceptivos e motores, necessários à coordenação dos movimentos manuais durante a manipulação e reconhecimento de objetos (J.Neurophysiol, 97(2):1288, 2007). A complexidade morfológica da arborização axonal tem papel importante na transformação de sinais, mas parece se replicar nas diferentes escalas de análise com alto grau de estereotipia (Cereb. Córtex, 15:152, 2005). Estudos recentes demonstraram que os terminais axonais calosos eferentes homotópicos que se projetam do sítio de representação das patas anteriores e posteriores em S1 para o hemisfério contralateral da cutia, apresentam propriedades morfométricas que se replicam em dois grandes grupos. Os fragmentos classificados como do tipo II são mais arborizados e representam a maior proporção dos fragmentos axonais da pata anterior, enquanto os do tipo I constituem a maior proporção dos fragmentos eferentes do sítio de representação da pata posterior (J. Comp. Neurol, 500:255, 2007). Não há, entretanto estudos detalhados da representação homotópica ipsilateral nesse roedor que permitam verificar se os padrões de representação interhemisférica são igualmente observados nas projeções entre áreas de hierarquia distintas no mesmo hemisfério. Objetivos: O objetivo deste trabalho é descrever a morfologia dos terminais axonais ipsilaterais que se projetam de S1 para S2, nas áreas de representação das patas anteriores e posteriores da cutia. Material e métodos: Foram utilizados 8 animais que foram anestesiados e injetados com dextrana biotinilada (BDA, 10 kD) em sítios de S1 identificados eletrofisiologicamente. Após sobrevida realizou-se a perfusão, craniotomia, microtomia e histologia das secções. Cada fragmento axonal foi reconstruído com objetiva a óleo de 60x em um microscópio (Zeiss Standard 25), acoplado a um computador e analisados pelo programa Neurolucida (MicroBrightField inc.). As medidas realizadas em 80 fragmentos incluíram: comprimento médio dos fragmentos axonais, área de superfície, densidade de pontos de ramificações, de botões e de segmentos. Para o cálculo das densidades, o número total de cada variável foi dividido pelo comprimento total do fragmento axonal. Os terminais axonais reconstruídos foram classificados aplicando-se análise de grupos (Statistic 6.0). Resultados: A morfometria dos terminais ipsilaterais da representação das patas anteriores e posteriores em S2 revelou como no grupo de terminais axonais calosos, dois grupos classificados como tipo I e tipo II (Rocha et al. (2007), mas os valores percentuais de ocorrência dos terminais ipsilaterais foram diferentes dos das projeções interhemisféricas. A análise discriminante demonstrou que a área de campo axonal foi a principal variável para a formação dos grupos. Conclusão: A análise qualitativa mostrou que os terminais axônicos ipsilaterais que se projetam de S1 para S2 na região de representação de patas anteriores e posteriores da cutia apresentam propriedades morfométricas distintas daqueles de projeção homotópica interhemisférica, mas confirmam achados anteriores da presença de grande estereotipia e pequena diversidade na morfologia de terminais axonais no córtex somatosensorial da cutia e corroboram descrições anteriores em outros mamíferos. Financiadores: CNPq/CAPES/UFPA


Palavras-chave:  córtex Somatosensorial, Morfometria, Roedor