SBNeC 2010
Resumo:C.074


Poster (Painel)
C.074PERCEPÇÃO VISUAL DE CONTRASTE NA ESCLEROSE MÚLTIPLA
Autores:Jákina Guimarães Vieira (UFPE - Universidade Federal de PernambucoUFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Melyssa Kellyane Cavalcanti Galdino (UFPE - Universidade Federal de PernambucoUFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Rosália Carmen de Lima Freire (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Maria Lúcia de Bustamante Simas (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Natanael Antonio dos Santos (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo

OBJETIVO: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central, com frequente sintomatologia visual e considerada a segunda causa das disfunções neurológicas em adultos jovens. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da EM na percepção visual da forma, utilizando a Sensibilidade ao Contraste (SC). MÉTODO: Participaram dos experimentos 10 voluntários de ambos os sexos na faixa etária de 21 a 32 anos, dos quais 05 com EM (Grupo Experimental, GE) da forma clínica remitente-recorrente sem histórico de neurite óptica e 05 sem a referida patologia (Grupo Controle, GC). A sessão experimental foi realizada após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e todos apresentavam acuidade visual normal, com ou sem correção. Para a mensuração da SC foram utilizados estímulos visuais elementares, acromáticos e estáticos, de frequências espaciais em coordenadas cartesianas e em coordenadas polares. Para o primeiro, utilizou-se grades senoidais nas frequências 0,5; 1,0; 3,0; 4,0 e 8,0 cpg (ciclo por grau de ângulo visual) e para o segundo, estímulos angulares nas frequências 2,0; 4,0; 24 e 48 ciclos/360º. As medidas foram obtidas binocularmente, em condição fotópica e a uma distância de 300 cm de um monitor de vídeo CRT (Cathodic Ray Tube) LG de 19 polegadas. O método empregado foi o psicofísico de escolha forçada em que pares de estímulos são sucessivamente apresentados. Um deles com as frequências espaciais e o outro neutro com padrão homogêneo de luminância média. Os participantes eram orientados a escolher sempre o estímulo da frequência. RESULTADOS: A SC dos voluntários no GC foram maiores em todas as frequências angulares, com maior destaque para a frequência 4,0 na ordem de 1,61. Nas frequências de grade senoidal, o GC também foi mais sensível, principalmente entre as médias e baixas, na maior ordem de 1,57 na frequência de 1,0cpg. No entanto, na frequência de 8cpg, houve uma inversão em que o GE obteve uma maior sensibilidade na ordem de 1,1. A análise de variância para medidas repetidas (ANOVA) mostrou para o estímulo angular um efeito significativo entre sujeitos [F9, 190 = 30,538 (p < 0,001)] e efeito de interação frequência*sujeitos [F 27, 570 = 9,419 (p <0,001)]. Também, para o estímulo de grade senoidal um efeito significativo entre sujeitos [F9, 190 = 41,323 (p < 0,001)] e efeito de interação frequência*sujeitos [F 36, 760 = 23,082 (p < 0,001)]. As análises com o teste post hoc Newman-Keuls mostraram diferenças significantes entre o GC e o GE em todas as frequências estudadas (p < 0,001). CONCLUSÃO: Estes resultados preliminares sugerem diferenças na SC provocadas pela EM nos dois estímulos pesquisados. Por isso, estudar o comportamento do sistema visual nessa patologia é relevante para trazer informações que possam privilegiar um diagnóstico precoce.


Palavras-chave:  Esclerose Múltipla, Percepção visual, Remitente Recorrente, Sensibilidade ao Contraste