SBNeC 2010
Resumo:B.051


Poster (Painel)
B.051OS GRUPAMENTOS SEROTONINÉRGICOS DO MOCÓ (Kerodon rupestris)
Autores:Joacil Germano Soares (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; José Rodolfo Lopes Paiva Cavalcanti (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Francisco Gilberto Oliveira (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; André Luiz Bezerra de Pontes (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Leandro Moura de Freitas (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Twyla Barros de Sousa (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Expedito Silva do Nascimento Junior (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Judney Cley Cavalcante (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Jeferson de Souza Cavalcante (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Miriam Stela Maris de Oliveira Costa (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

A serotonina (5-HT) é uma substância que atua como neurotransmissor no sistema nervoso central, cujas funções são muito variadas e na dependência do receptor ao qual se liga. É encontrada principalmente em grupos neuronais no tronco encefálico, alinhados ao longo do plano mediano ou próximo a ele, os quais são denominados núcleos da rafe. Em mamíferos, considerando a mais recente sistematização, são reconhecidos 10 núcleos da rafe, em sequência rostrocaudal: no mesencéfalo, os núcleos linear rostral da rafe (RLi), linear caudal da rafe (CLi), dorsal da rafe (DR), mediano da rafe (MnR) e paramediano da rafe (PMnR). Na ponte, os núcleos pontino da rafe (PnR) e interpósito da rafe (RIP). Por último, no bulbo, os núcleos magno da rafe (RMg), pálido da rafe (RPa) e obscuro da rafe (ROb). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi identificar e delimitar os núcleos da rafe do mocó (Kerodon rupestris), um roedor típico da região Nordeste do Brasil, a partir de técnicas de coloração citoarquitetônica e imunoistoquímica para 5-HT, considerado o marcador universal destes grupamentos nucleares. Foram utilizados dois mocós adultos, capturados na natureza mediante licença do IBAMA no. 21440-1. Os procedimentos foram aprovados pelo comitê de Ética da UFRN (protocolo no. 043/2009). Os animais, após anestesiados, foram fixados com solução de paraformaldeído a 4%, através de perfusão transcardíaca. Os encéfalos foram removidos da cavidade craniana, um deles foi seccionado no plano coronal e o outro no plano sagital, por congelação, em secções de 30 µm, as quais foram distribuídas em 6 séries seqüenciais. As secções de uma série foram montadas em lâminas de vidro previamente gelatinizadas e coradas pelo método de Nissl, usando o corante Thionina. Duas outras séries foram submetidas a reações imuno-histoquímicas, uma para evidenciar a proteína nuclear neuronal específica (NeuN) e outra para 5-HT. Pericários imuno-marcados para 5-HT foram identificados formando vários grupamentos celulares ao longo da linha média do tronco encefálico, reconhecidos como os núcleos da rafe – RLi, CLi, DR, MnR, PMnR, PnR, RIP, RMg, RPa e ROb. Secções adjacentes de Nissl e imunocoradas para NeuN foram utilizadas para auxiliar na delimitação dos núcleos. A imunoistoquimica para 5-HT é uma importante ferramenta para delimitar os núcleos da rafe no tronco encefálico. Todos os núcleos identificados em outras espécies, como o rato, estão presentes no mocó. O estudo representa uma contribuição ao conhecimento do sistema nervoso desta espécie, fornecendo a base anatômica para futuros estudos funcionais e comportamentais, com vistas a consolidar o mocó como modelo experimental regional.


Palavras-chave:  Imunoistoquímica, Mocó, Núcleos da rafe, Serotonina