SBNeC 2010
Resumo:J.130


Poster (Painel)
J.130Participação do transportador de dopamina e da catalase sanguínea no desenvolvimento de discinesia oral em ratos
Autores:Mariana Bendlin Calzavara (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Douglas Gouvea Albuquerque (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Camila Mauricio Santos (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Valéria Almeida (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Fernanda Fiel Peres (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mariana Cepollaro Diana (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Lisandro Lungato (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Vânia D´almeida (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Rodrigo Affonseca Bressan (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Vanessa Costhek Abílio (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Objetivos: A fisiopatologia da discinesia tardia (DT) tem sido relacionada tanto a uma supersensibilidade de receptores D2 dopaminérgicos como a um aumento do estresse oxidativo decorrente de uma maior metabolização de dopamina. A catalase, uma enzima antioxidante, apresenta uma ação antidiscinética em modelos animais de DT. Nesse sentido, a linhagem de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) que apresenta aumento dos níveis estriatais de catalase não desenvolve discinesia tardia. O transportador de dopamina (DAT) é o principal regulador da concentração de dopamina estriatal e pode estar envolvido diretamente na produção de estresse oxidativo. No entanto, o papel do DAT na fisiopatologia da DT é pouco conhecido. O objetivo do presente trabalho foi investigar a participação do DAT no desenvolvimento de discinesia oral em ratos Wistar e SHR tratados repetidamente com um inibidor do DAT, a bupropiona. Paralelamente, também foi avaliado os níveis sanguíneos de catalase nesses animais. Métodos: Ratos machos de 5 meses de idade das linhagens Wistar e SHR (n=10 para cada grupo) foram tratados intraperitonealmente com salina ou 30 mg/kg de bupropiona durante 20 dias. Setenta e duas horas após, foram realizadas as quantificações de movimentos orais (protrusão de língua e movimentos mandibulares) durante 10 minutos. Imediatamente após, o sangue dos animais foi coletado e foi realizada a quantificação da catalase. Resultados: Os ratos da linhagem Wistar tratados com bupropiona apresentaram aumento de movimentos mandibulares (média±erro padrão= 90,3±11,68) e protrusão de língua (21,8±2,41) quando comparados aos controles (62,1± 8,26; 12,3±1,52; respectivamente). Os ratos da linhagem SHR tratados com bupropiona não apresentaram diferença tanto para o parâmetro movimentos mandibulares (40,7±4,11) como protrusão de língua (8,4±1,4) quando comparados aos seus controles (58,8±5,59; 11,2±1,6, respectivamente). A comparação entre as linhagens não revelou diferença entre os controles para os dois parâmetros. Entretanto, revelou um aumento, nos dois parâmetros na linhagem Wistar tratada com bupropiona quando comparada a linhagem SHR de mesmo tratamento. Com relação à dosagem sanguínea de catalase, o tratamento com bupropiona não alterou os níveis de catalase na linhagem Wistar (Wistar controle=8,78±0,36; Wistar bupropiona=11,03±1,61). A linhagem SHR tratada com bupropiona apresentou aumento de catalase quando comparada ao controle (SHR controle=12,82±0,66; SHR bupropriona=17,84±1,89). A comparação entre as linhagens mostrou aumento de catalase em ambos os grupos SHR independente do tratamento quando comparados aos respectivos grupos Wistar. Conclusão: Assim como ocorre para o desenvolvimento de movimentos orais induzido por antipsicóticos típicos, o tratamento repetido com bupropiona foi capaz de induzir o desenvolvimento discinesia oral somente na linhagem Wistar. Além disso, assim com para a catalase estriatal, os animais SHR apresentaram um aumento de catalase sanguínea que foi potencializado pela administração de bupropiona. Esses dados sugerem que o aumento de catalase estriatal que confere proteção contra o desenvolvimento de discinesia oral na linhagem SHR é acompanhado por um aumento de catalase sangüínea.


Palavras-chave:  transportador de dopamina, discinesia oral, catalase, SHR