SBNeC 2010
Resumo:J.125


Poster (Painel)
J.125Sensibilização cruzada entre exposição repetida à testosterona e cocaína em ratos adolescentes e adultos.
Autores:Sheila Engi Antonagi (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHOUFSCAR/ UNESP - Prog. Interinstitucional Pós-Grad em Ciências Fisiologicas) ; Cleidiane Quitéria Conceição (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO) ; Marilia Amaral Costa (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO) ; Fábio Cardoso Cruz (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO) ; Marcelo Tadeu Marin (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO) ; Cleopatra da Silva Planeta (UNESP ARARAQUARA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO)

Resumo

O consumo simultâneo de cocaína e esteróides androgênicos anabólicos (EAA) tem aumentado no Brasil. Administração repetida de cocaína promove sensibilização comportamental, que é considerada um comportamento que indica a presença de neuroadaptações relacionadas à transição do uso ocasional para a dependência. Já é demonstrado que a administração aguda de EAA pode modificar os efeitos da cocaína. Porém não foi investigado ainda se a administração repetida de EAA pode promover sensibilização cruzada com a cocaína. Além disso, os efeitos dos EAA, bem como, da cocaína parecem diferir entre adultos e adolescentes. OBJETIVO: Investigar se a administração repetida de testosterona poderia promover sensibilização cruzada com a cocaína em ratos adultos e adolescentes. MÉTODOS: Ratos machos Wistar adolescentes (dia pós-natal 28; n=8-10 por grupo) e adultos (dia pós-natal 60; n=8-10, por grupo) foram tratados durante 10 dias consecutivos com testosterona (10 mg/kg) ou veículo (óleo de amêndoas) pela via subcutânea. Três dias após o fim do tratamento, os animais foram colocados em uma caixa de registro automático da atividade locomotora por 20 minutos para habituação. Em seguida, receberam injeção intraperitoneal de salina (NaCl 0,9%) ou cocaína (10 mg/kg) e imediatamente a locomoção foi registrada por 40 minutos. Formando os grupos testosterona-salina (TEST-SAL); testosterona-cocaína (TEST-COC); veículo-cocaína (VEIC-COC); veículo-salina (VEIC-SAL). RESULTADOS: Os valores representam a média ± EPM e foram analisados por ANOVA bifatorial (pré-tratamento x tratamento), seguido pelo teste de Newmam-Keuls. Em adolescentes, o grupo TEST-COC apresentou maior atividade locomotora quando comparado ao grupo VEIC-COC (5.867±641 e 3247±719; p<0,05), evidenciando a presença da sensibilização cruzada entre testosterona e cocaína. Ainda, os grupos TEST-COC e VEIC-COC apresentaram maior atividade locomotora quando comparados aos seus respectivos controles (TEST-SAL: 955±150 e VEIC-SAL: 1176±75; p<0,05). Em ratos adultos, os grupos TEST-COC (3997±995) e VEIC-COC (2074±717) apresentaram maior atividade locomotora quando comparados aos seus respectivos controles (TEST-SAL: 955±150 e VEIC-SAL: 1176±75; p<0,05). Entretanto, a sensibilização cruzada não foi observada nesses animais. CONCLUSÃO: O tratamento repetido com testosterona promoveu sensibilização comportamental cruzada com a cocaína em ratos adolescentes, mas não em ratos adultos. Preditivamente o uso testosterona simultaneamente com cocaína pode aumentar a vulnerabilidade ao desenvolvimento da dependência a esse psicostimulante em adolescentes.


Palavras-chave:  sensibilização cruzada, esteróides androgênicos anabólicos (EAA), cocaína, adolescentes