SBNeC 2010
Resumo:C.063


Poster (Painel)
C.063O EFEITO DO METILMERCÚRIO NAS CÉLULAS GANGLIONARES DA RETINA DE TUCUNARÉ (Cichla sp.)
Autores:Soraia Valéria de Oliveira Coelho Lameirão (UFOPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ) ; Claudio Alberto Gellis de Mattos Dias (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Amauri Gouveia Junior (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Silene Maria Araújo de Lima (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

O Tucunaré (Cichla sp.) foi utilizado como modelo de estudo do sistema nervoso. Objetivo: O presente trabalho identificou o efeito do metilmercúrio (MeHg) nas células ganglionares na retina deste animal em situação experimental. Método: Foram utilizados 48 exemplares de tucunaré. Os animais foram expostos a doses crescentes de metilmercúrio de 0,5 µg/kg, 1,0 µg/kg e 2,0 µg/kg por injeção intraperitoneal e foram sacrificados com 15 (n=11) e 22 (n=9) dias de depuração. As análises morfológicas das células ganglionares foram realizadas em montagens planas coradas pela técnica de Nissl (n=12) em animais controle (n=3) e expostos ao MeHg (n=9). Amostras de retina foram coletadas para medição dos valores de HgT pela técnica espectrofotometria de absorção atômica com amalgamação em lâminas de ouro, através do emprego do monitor de mercúrio SP3D (Nippon Instrument Corporation). Resultados: Os resultados encontrados demonstram que a técnica de Nissl é eficiente na marcação de células ganglionares de tucunaré. O animal controle apresenta uma média de 203.964 células ganglionares com um pico de densidade de 18.000 células/mm2 e um padrão de distribuição celular de alta densidade na região ventro-temporal e na região dorsal característico de animais que se escondem entre as raízes da vegetação. Nos animais expostos ao MeHg, embora se observe um perfil de distribuição celular semelhante ao controle, houve uma diminuição significativa (p < 0,001) da densidade de células ganglionares em todas as doses utilizadas, sendo que o menor valor encontrado foi relativo ao grupo de 0,5 µg/kg. As análises de HgT demonstram que o mercúrio ao ser injetado no animal, nos primeiros quinze dias se concentra na retina e somente depois tende a se depositar na musculatura. Conclusão: Os resultados encontrados sugerem que os efeitos do MeHg podem ser danosos para o animal, comprometendo a sua interação com o meio.


Palavras-chave:  Tucunaré, retina, células ganglionares, metilmercúrio