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E.035 | PREFERÊNCIA CLARO/ESCURO EM Danio rerio: EFEITOS DO HORÁRIO DA COLETA E DE REGIME DE LUZ | Autores: | Cláudio Alberto Gellis de Mattos Dias (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Soraia Valéria de Oliveira Coelho Lameirão (UFOPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ) ; Bruno Rodrigues dos Santos (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Marcelo de Sena Pinheiro (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Amauri Gouveia Junior (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) |
Resumo Animais possuem estruturas anatômicas e fisiológicas influenciadas pela luminosidade. O paulistinha, Danio rerio, é um pequeno peixe ósseo da ordem dos Ciprinídeos utilizado como modelo experimental. São vários os estudos sobre a influência luminosa no comportamento e na fisiologia do Danio rerio. Estudos conduzidos com estes peixes demonstram que ambientes brancos lhe são aversivos. Objetivo: testar a influência da luminosidade e do período de coleta no comportamento de preferência claro/escuro em Danio rerio no aquário branco/preto. Método: Cinco grupos de sujeitos (n=16, cada grupo) foram mantidos por 7 dias em períodos diferentes de luminosidade/escuridão (00/24, 10/14, 14/10, 12/12 e 24/00) e seu teste, em aquário branco-preto (900 segundos de livre exploração após 300 segundos de habituação em área central do aquário), ocorreu em diferentes períodos do dia (manhã, tarde, noite, madrugada). Resultados: Os resultados indicam uma sensibilidade do parâmetro permanência ao horário de coleta, com diferenças entre os períodos de coleta e alterações causadas pelo regime de luz. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente por ANOVA de duas vias (grupo e período), seguido de teste de Tukey (quando necessário) com o programa SIGMA STAT 3.0, considerando-se como significativos quando p≤0,05. O tempo de permanência no lado preto do aquário de teste não alcançou diferença estatística significante em comparação entre os grupos (F(4, 58)=0,671, p=0,615), nem entre os períodos de teste (F(3, 58)=1,372, p=0,260). A significância ocorre quando se compara os grupos com os períodos (F(12, 58)=3,710, p=0,001), sendo: Período x 14/10 (Manhã x Noite e Madrugada x Noite); Período x 10/14 (Tarde x Noite); Período x 12/12 (Tarde x Manhã); Grupo x Manhã (14/10 x 12/12) e Grupo x Tarde (12/12 x 24/00 e 10/14 x 24/00). O tempo de permanência do lado branco indica o resultado semelhante. A análise estatística da latência, tempo que o animal leva para passar para o lado oposto ao que escolheu primeiramente, não mostrou significância entre os grupos (F(4, 58)=1,638, p=0,177), entre os períodos de teste (F (3, 58)=0,2399, p=0,8) e nem na comparação entre grupos e períodos (F (12, 58)=0,828, p=0,621). A análise da alternância, ou número de vezes que o peixe cruza a linha divisória entre os lados preto e branco do aquário de teste, mostrou diferença significativa quando a comparação ocorreu entre os grupos (F (4,58)=6,979, p=0,001), sendo entre: 24/00 e 10/14; 24/00 e 12/12; 14/10 e 10/14; e 00/24 e 10/14; mas não quando os períodos foram comparados entre si (F (3, 58)=0,529, p=0,664) e nem quando a comparação foi entre os grupos e os períodos (F (12, 58)=1,360, p=0,212). Conclusão: O animal em estudo é originário de um clima subtropical, com estações claramente marcadas em seu fotoperíodo, devido à proximidade do Trópico de Câncer e com baixa variação da temperatura, fazendo desta variável, a luz, a principal influência sobre o metabolismo geral do organismo em seus vários níveis. A exploração de ambientes considerados aversivos possivelmente tem base evolutiva ligada a necessidades econômicas de forrageio e reprodução, ligados a variação de disponibilidade de recursos nos nichos específicos. Como a fisiologia do ciclo circadiano dos animais parece ser conservada entre as espécies, é possível que a influência luminosa do ambiente esteja afetando o controle circadiano da atividade geral deste modelo. Palavras-chave: ANSIEDADE, COMPORTAMENTO, Danio rerio, PREFERÊNCIA CLARO-ESCURO, RITMO CIRCADIANO |