SBNeC 2010
Resumo:C.041


Poster (Painel)
C.041Participação de sistemas antioxidantes e de sinalização intracelular nos mecanismos centrais após lesão nervosa periférica
Autores:Lidiane Bal Bosco (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Taína Scheid (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Renata Padilha Guedes (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carolina Didonet Pederzolli (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carlos Severo Dutra Filho (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Maria Flavia Marques Ribeiro (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Adriane Belló Klein (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Wania Aparecida Partata (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

OBJETIVOS: Em condições de dor neuropática tem se evidenciado aumento na produção das espécies reativas de oxigênio na medula espinal, decorrentes da diminuição de importantes sistemas antioxidantes e/ou de alterações no metabolismo energético deste tecido. A participação de vias de sinalização celular nos eventos que se seguem à lesão nervosa periférica também tem sido descrita. Neste contexto, o presente trabalho mostra os efeitos temporais da secção do nervo isquiático sobre as atividades das enzimas tiorredoxina redutase (TrxR) e glicose-6-fostato desidrogenase (G6PDH), a concentração do antioxidante não-enzimático ácido ascórbico (AA), e a expressão protéica do fator nuclear eritróide 2 relacionado ao fator 2 (NrF2) e do fator de indução de apoptose (AIF) em medula espinal de ratos após 3, 7 e 15 dias da lesão nervosa periférica. METODOLOGIA: Foram utilizados ratos Wistar, machos, adultos, subdivididos nos grupos (n=6/grupo): controle (sem manipulação experimental), sham (apenas com isolamento do nervo isquiático) e denervado (submetidos à secção unilateral completa deste nervo). Aos 3, 7 e 15 dias foi realizada a decapitação dos animais sham e denervado, e paralelamente do grupo controle, para remoção da medula espinal lombossacral, que foi usada para as determinações bioquímicas e expressão protéica do NrF2 e AIF. Os resultados foram expressos pela média ± erro padrão dos valores em µmol/mim/mg proteína para a TrxR; unidades enzima/mg proteína para a G6PDH; µmol/mg proteína para o AA e unidades arbitrárias para a expressão protéica. Análise estatística foi feita por ANOVA de uma via seguida do pós-teste de Tukey, e a diferença considerada significativa quando P<0,05. RESULTADOS: A atividade da TrxR reduziu nos animais denervados e sham em todos os períodos experimentais quando comparados ao grupo controle, cuja atividade foi de 15,47 ± 0,66. Houve leve restauração da atividade desta enzima aos 15 dias nos animais sham (12,615 ± 0,314513), porém sem alcançar os valores do grupo controle. Neste mesmo período, a G6PDH reduziu significativamente sua atividade nos grupos sham (3,7444 ± 0,2424) e denervado (3,5184 ± 0,2196) quando comparados ao controle (6,48 ± 0,36). O AA na medula espinal do grupo controle apresentou valor de 1,14 ± 0,06, o qual não variou significativamente aos 3 dias; porém, aos 7 e 15 dias da intervenção experimental observou-se que os valores de AA estavam significativamente reduzidos nos grupos sham e denervado. Quanto à expressão protéica do NrF2 e AIF, quantificadas na fração citoplasmática do tecido nervoso espinal, houve aumento no NrF2 aos 15 dias da secção nervosa (4,86 ± 0,1) apenas em relação ao grupo controle (4,37 ± 0,089), enquanto o AIF não apresentou variação entre os grupos e períodos experimentais analisados. CONCLUSÕES: Estes resultados mostram que a secção e a manipulação do nervo isquiático constituem estímulos para a modulação de sistemas enzimáticos e não enzimáticos na medula espinal, os quais podem estar intimamente relacionados às alterações no metabolismo da glicose e ativação de vias de sinalização celular. O NrF2 parece estar sendo mobilizado para a recuperação da proteção antioxidante da medula espinal. No entanto, são necessárias análises complementares para melhor avaliar a participação deste fator de transcrição em períodos mais recentes, já que não foi evidenciada a indução de apoptose pela via do AIF neste tecido.


Palavras-chave:  Nocicepção, Isquiático, Axotomia, Medula Espinal, Dor