SBNeC 2010
Resumo:C.005


Prêmio
C.005Mobilização neural no controle da dor neuropática: Avaliação da célula da glia no gânglio da raiz posterior da medula espinal de ratos
Autores:Joyce Teixeira da Silva (ICB III USP - Instituto de Ciências Biomédicas Depto Anatomia USP) ; Fabio Martinez dos Santos (ICB III USP - Instituto de Ciências Biomédicas Depto Anatomia USP) ; Aline Carolina Giardini (ICB III USP - Instituto de Ciências Biomédicas Depto Anatomia USP) ; Marucia Chacur (ICB III USP - Instituto de Ciências Biomédicas Depto Anatomia USP)

Resumo

Objetivo: A técnica de mobilização neural, clinicamente é eficiente para a melhora da qualidade de vida de paciente com dor neuropática. Células da glia estão diretamente envolvidas com a indução e manutenção dos processos dolorosos, sob condições de dor crônica. No entanto, a participação das células gliais presentes no gânglio da raiz posterior da medula espinal tem sido pouco estudada. No presente projeto, avaliamos o envolvimento destas células através da avaliação de astrócitos pelo método de imuno-histoquímica no gânglio da raíz porterior (DRG) após indução de dor neuropática e a mobilização neural como tratamento. Métodos: Ratos Wistar, machos adultos, foram anestesiados e submetidos a indução de dor neuropática por cirurgia no nervo isquiático (CCI), de acordo com o método descrito por Bennett & Xie (Pain 1988, 87-107). Animais falso-operados (FOP) submetidos à mesma incisão que os animais operados, porém sem ligação do nervo foram usados como controle. Para avaliação do efeito algogênico foram determinadas a hiperalgesia, utilizando testes comportamentais de pressão de pata e alodinia, empregando estímulo tátil aplicado à pata posterior do rato. Depois do décimo quarto dia os animais receberam tratamento de mobilização neural em dias intercalados durante 10 sessões. Após a sedação por meio de anestésico inalatório, o rato será posicionado em decúbito lateral esquerdo, em seguida, a articulação do joelho direito (lado lesionado) é posicionada em extensão, permanecendo assim durante todo o tratamento. Além disso, a articulação do quadril direito é flexionada até o momento em que será percebido uma resistência mínima da musculatura da região posterior de coxa direita e perna direita (descartando o alongamento muscular). A partir desse momento, a articulação do tornozelo direito deverá ser manipulada em dorsi-flexão aproximadamente 20 oscilações por minuto, durante 02 minutos, com pausa de 25 segundos para descanso. O tratamento ocorrerá por dez minutos, sendo que no último minuto deverá ser incluída ao tratamento a flexão cervical, com a finalidade de tencionar o neuroeixo. Desta forma, será tensionada ainda mais o trajeto do nervo comprometido. Após o fim das 10 sessões, os animais foram anestesiados profundamente, e perfundidos com salina e posteriormente com paraformaldeído (4%) para procedimentos de imuno-histoquímica e análise dos astrócitos (GFAP, 1:1000) com fluorescência.Resultados: Os animais com CCI mostraram uma diminuição no limiar nociceptivo, quando comparados com controle. Já os animais CCI tratados com mobilização apresentaram uma melhora efetiva no estudo comportamental quando comparados com animais que não receberam tratamento. Com relação às células gliais, observamos diminuição da expressão dos astrócitos no DRG dos animais com lesão e tratados com mobilização neural quando comparados com os animais não tratados. Conclusões: Nossos resultados sugerem o envolvimento das células gliais, como astrócitos no modelo de dor crônica, uma vez que foi possível observar alteração desta célula após lesão. E a importância e eficácia da técnica de mobilização neural como tratamento para este modelo. O presente estudo torna-se importante, pois a dor crônica é clinicamente relevante; assim, uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos durante este processo e um possível tratamento podem contribuir para aperfeiçoar os conhecimentos clínicos empregados neste tipo de dor.Agradecimentos: FAPESP no: 10/01730-4,07/58136-4; IASP.


Palavras-chave:  Mobilização neural, Dor neuropática, Astrócitos, Gângio da raiz posterior, Hiperalgesia