SBNeC 2010
Resumo:E.037


Poster (Painel)
E.037RESPOSTA AO TESTE DE STROOP FILMADO DE INDIVÍDUOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE ANSIEDADE-TRAÇO E SUSCEPTIBILIDADE À ANSIEDADE SOCIAL
Autores:Tiago Costa Goes (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Flavia Teixeira Silva (UFS - Universidade Federal de Sergipe)

Resumo

OBJETIVO: O Teste de Stroop Filmado (TSF) tem se mostrado um modelo experimental capaz de induzir ansiedade em indivíduos com médio ou alto traço ansioso, sendo que seu caráter ansiogênico deve-se ao fato de o indivíduo encontrar-se sob apreciação alheia. Tal característica assemelha-se muito a do transtorno de ansiedade social, de modo que seria de se esperar que indivíduos mais susceptíveis à ansiedade social, apresentassem maior resposta ansiosa ao teste. Além disso, ainda é desconhecido se o TSF seria ou não capaz de induzir ansiedade em indivíduos com baixo traço ansioso. Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta ao TSF de indivíduos de baixa ansiedade traço, avaliada pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), e de indivíduos com fobia social, identificada por meio do Inventário de Fobia Social. MÉTODOS: Primeiramente, trinta voluntários, do sexo masculino com idade entre 18 e 30 anos, subjetivamente saudáveis, foram selecionados. Em seguida, foram divididos em dois grupos com e sem fobia social, com base nos escores do Inventário de Fobia Social (escores de corte: 19/20). Os indivíduos identificados como não fóbicos sociais responderam também o IDATE - Parte II sendo classificados como de baixo (escore < 30) ou médio traço ansioso (30 < escore < 49), de acordo com a distribuição dos escores do IDATE da população de universitários aracajuanos. Subseqüentemente, cada voluntário foi exposto à situação ansiogênica do TSF. Antes, durante e depois dessa exposição, foram avaliados os níveis de ansiedade estado (IDATE- Parte I). Os dados foram analisados através de ANOVA de duas vias para medidas repetidas, tendo grupo (baixo traço ansioso, médio traço ansioso e fobia social) e situação do teste (Antes, Durante e Depois) como fatores. No caso de interação significativa entre os fatores, fixou-se cada fator e realizou-se ANOVA de uma via, seguida de teste a posteriori de Tukey, para cada nível. RESULTADOS: A ANOVA revelou uma interação significativa (p<0,05) entre os fatores grupo e situação do teste. A fixação do fator "situação do teste" revelou diferenças significativas (p< 0,05) entre as situações para os grupos de baixo traço ansioso (média ± dp: Antes: 27,7 ± 4,6; Durante: 31,4 ± 6,4; Depois: 29,2 ± 5,1), médio traço ansioso (média ± dp: Antes: 33,1 ± 4,6; Durante: 38,1 ± 5,4; Depois: 32,3 ± 5,2) e com fobia social (média ± dp: Antes: 35,1 ± 7,9; Durante: 46,9 ± 8,3; Depois: 38,4 ± 7,3), sendo que os valores de ansiedade-estado foram maiores na situação Durante em relação às demais situações do teste. A fixação do fator grupo mostrou escores significativamente maiores (p<0,05) para o grupo com fobia social em comparação aos demais grupos, em todas as situações do teste. CONCLUSÃO: Os resultados do presente trabalho confirmaram o caráter ansiogênico do TSF, realizado nas condições de nosso laboratório, uma vez que os indivíduos com médio traço ansioso apresentaram o esperado aumento da ansiedade durante a realização do teste. Além disso, mostraram que o TSF é capaz de induzir ansiedade mesmo em indivíduos com baixo traço ansioso. E, finalmente, sugerem que o TSF seja um modelo de ansiedade social, uma vez que os indivíduos identificados como fóbicos sociais apresentaram maiores níveis de ansiedade-estado ao longo do teste.


Palavras-chave:  Ansiedade-traço, Ansiedade social, Teste de Stroop Filmado