SBNeC 2010
Resumo:E.032


Poster (Painel)
E.032Estabilidade Temporal da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD)
Autores:Fabricio Dias Antunes (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Diego Torres Dias (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Carlos Passos Pinheiro (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Flávia Teixeira Silva (UFS - Universidade Federal de Sergipe)

Resumo

Objetivos: O Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) é atualmente um dos instrumentos mais utilizados no mundo para avaliação de ansiedade. No entanto, tem recebido críticas por sua incapacidade de diferenciar ansiedade e depressão. Já a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) que foi inicialmente desenvolvida para ser aplicada em pacientes hospitalizados, mas também tem sido utilizada em indivíduos da população geral, é um bom instrumento para separar sinais ansiosos (HAD-A) e depressivos (HAD-D). Assim sendo, seria de interesse clínico e científico avaliar a estabilidade ao longo do tempo da HAD, a fim de que ela possa, assim como o IDATE, ser utilizada como medida de traço ansioso. Logo, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a confiabilidade teste-reteste da HAD. Métodos: A HAD, assim como a subescala traço do IDATE (IDATE-T), foram aplicadas, em quatro ocasiões, a estudantes de diferentes cursos da Universidade Federal de Sergipe. Para ambos os questionários, os voluntários foram instruídos a dar respostas que mais se aproximassem de como eles geralmente se sentiam. Os intervalos entre as ocasiões foram de 0, 15, 30 e 60 dias. A confiabilidade ao longo do tempo foi realizada por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI). A amostra constituiu-se de 84 estudantes na primeira ocasião, 59 na segunda, 21 na terceira e 15 na quarta. Resultados: Considerando-se somente os resultados das duas primeiras medidas, os CCIs para HAD-A, HAD-D e IDATE-T foram de 0,77; 0,74 e 0,80 (p<0,05). Quando as três primeiras medidas foram levadas em consideração, os CCIs foram de 0,77; 0,84 e 0,82 (p<0,05). Já quando a estabilidade de todas as medidas foi avaliada, os CCIs foram de 0,81; 0,84 e 0,86 (p<0,05). Também foi avaliada a correlação intraclasse considerando-se a primeira aplicação como um treinamento, obtendo-se os seguintes CCIs: 0,87; 0,90 e 0,94 (p<0,05) para a HAD-A, HAD-D e IDATE-T, respectivamente. Conclusão: A versão em português da IDATE-T já havia sido testada com relação à sua estabilidade em intervalos de tempo menores, tendo essa característica sido reafirmada por este trabalho. Em relação à HAD, os resultados mostraram uma boa estabilidade ao longo do tempo com índices de correlação intraclasse próximos aos obtidos pela IDATE-T. Além disso, os dados sugerem que, em ambas as escalas, a primeira aplicação é a que menos se correlaciona com as demais, sendo portanto a que menos representa o traço ansioso. Dessa forma, a aplicação prévia das escalas, como treinamento, pode servir para obtenção de uma medida mais fidedigna do perfil de ansiedade.


Palavras-chave:  Ansiedade, Depressão, Escala, Estabilidade, Temporal