SBNeC 2010
Resumo:J.211


Poster (Painel)
J.211Efeito do Exercício Físico como tratamento adicional da Depressão Maior em idosos
Autores:Renata Silveira (EEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do ExercícioEEFD/UFRJ - Laboratório de BiometriaIPUB/UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica) ; Helena Moraes (EEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do ExercícioIPUB/UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica) ; Heitor Silveira (EEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do ExercícioIPUB/UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica) ; Fernando Pompeu (EEFD/UFRJ - Laboratório de BiometriaEEFD/UFRJ - Departamento de Biociências e Atividade FísicaEEFD/UFRJ - Escola de Educação Física e Desportos) ; Andréa Deslandes (EEFD/UFRJ - Laboratório de Neurociência do ExercícioEEFD/UFRJ - Laboratório de BiometriaIPUB/UFRJ - Laboratório de Neuropsiquiatria GeriátricaFIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública)

Resumo

Introdução: A prática de exercícios, uma intervenção não farmacológica no tratamento da Depressão Maior é associada à menor prevalência e incidência desta doença. Além disso, fisiologicamente promove diversos aumentos, como da função de neurotransmissores, da proteção contra os efeitos deletérios das Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), neurogênese, dos fatores tróficos do cérebro (BDNF, IGF1, VEGF), redirecionamento do fluxo sanguíneo cerebral, aumento da produção de óxido nítrico, da plasticidade cerebral e de endorfinas (Deslandes et al, 2009; Dishman et al., 2006, 2009) Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o exercício aeróbio como intervenção terapêutica em idosos depressivos. Métodos: Participaram do estudo 20 idosoS (todos submetidos ao diagnóstico clinico pelo DSM-IV: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 4ª revisão), os quais foram randomizados em dois grupos: 10 depressivos que fizeram um ano de caminhada na esteira mais antidepressivo (sendo 8 mulheres) e 10 depressivos que só tomaram antidepressivo (sendo 10 mulheres). Para a avaliação dos sintomas de depressão foram utilizadas as escalas de depressão Beck Depression Inventory (BDI), Hamilton Rating scale for depression (HAM-D). Para avaliação do estado cognitivo global foi utilizado o Mini-exame do estado mental (MMSE) (Folstein et al., 1975). Os critérios de inclusão foram sujeitos com idade maior de 65 anos, diagnóstico de Depressão Maior sem comorbidade e alfabetizados. O exercício físico realizado consistiu em 30 minutos de caminhada na intensidade de 60% do VO2 máximo. Todos os pacientes faziam uso de inibidores de recaptação de serotonina. Para analisar a resposta ao tratamento, os pacientes foram avaliados no baseline, 6 meses e 1 ano após o treinamento. A análise estatística utilizada para comparar os dois grupos nos três momentos distintos foi o teste não paramétrico Kruskall Wallis. Já para a comparação de idade, escolaridade e tempo de doença no baseline foi utilizado o Teste T independente. Resultados: Foram observadas diferenças significativas entre os grupos nas escalas de Beck e Hamilton para 6 meses e 12 meses, onde houve uma maior diminuição dos sintomas depressivos para o grupo que associou exercício físico ao antidepressivo. Escala de Beck: Grupo exercício aeróbio mais antidepressivo (6 meses: 8,6 ± 9,40; 1 ano: 9,30 ± 9,03), grupo apenas antidepressivo (6 meses: 18,40 ± 5,98; 1 ano: 19,11 ± 6,73). Escala de Hamilton: Grupo exercício aeróbio mais antidepressivo (6 meses: 3,30 ± 2,66; 1 ano: 5,60 ± 3,53), Grupo apenas antidepressivo (6 meses: 14,10 ± 5,34; 1 ano: 12,44 ± 5,68). Já para a função cognitiva global (MMSE), não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. Conclusão: Combinar tratamento farmacológico com exercício aeróbio pode gerar resultados diferentes apenas com medicamento. Por este último não garantir o sentimento de autoconfiança e os benefícios para saúde física e qualidade de vida. Esses resultados sugerem que idosos depressivos devem realizar exercício físico como aliado ao tratamento farmacológico. Entretanto, uma variável confundidora seria o contato social, que não foi controlado nos dois grupos. A intensidade de 60% do VO2 máximo, duas vezes por semana parece ser eficiente para atingir uma melhor resposta ao tratamento da depressão em idosos.


Palavras-chave:  Antidepressivo, Depressão Maior, Exercício Aeróbio, Idosos depressivos