SBNeC 2010
Resumo:B.064


Poster (Painel)
B.064INVESTIGAÇÃO DO PAPEL DA VIA DE SINALIZAÇÃO JAK/STAT NA ASTROGLIOSE E NEUROGÊNESE APÓS LESÃO DO ESTRIADO DE CAMUNDONGOS ADULTOS COM ÁCIDO QUINOLÍNICO.
Autores:Raffaela Silvestre Ignarro (IB-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; André Schwambach Vieira (IB-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; César Renato Sartori (IB-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Fábio Rogério (FCM-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Carlos Amilcar Parada (IB-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

Introdução: A morte neuronal por excitotoxicidade causada pelo glutamato está envolvida em diversas neuropatologias como a Doença de Huntington (DH). Falhas nos mecanismos homeostáticos de controle da concentração de glutamato podem promover seu acúmulo na fenda sináptica e a ativação sustentada dos seus receptores. A ativação dos receptores N-metil D-aspartato (NMDA) ocasiona influxo de Ca+2 e a ativação de vias necróticas e apoptóticas das células. A administração de ácido quinolínico (AQ) no estriado de roedores tem sido utilizada como modelo da DH. O AQ é um metabólito endógeno derivado do triptofano e agonista do receptor NMDA; sua infusão causa a morte seletiva de neurônios espinhosos médios, tipicamente observada na DH. Além disso, a administração de AQ desencadeia intenso processo de astrogliose (hiperplasia e hipertrofia de astrócitos), aumento da neurogênese, bem como a migração dos neuroblastos da zona subventricular (SVZ) para as regiões lesadas do estriado. Evidências indicam que as citocinas da família da IL-6 podem estar envolvidas na regulação dos fenômenos de morte celular, gliose reativa e neurogênese observados após lesão com AQ. Constituem esta família, a interleucina-6 (IL-6), a interleucina 11 (IL-11), o fator inibidor de leucemia (LIF), a oncostatina M, o fator neurotrófico ciliar (CNTF) e a cardiotropina 1. A interação destas proteínas com seus receptores desencadeia a ativação de enzimas da família das Janus Tirosina-Quinases (JAK/TYK), que por sua vez permitem o recrutamento e a ativação de fatores de transcrição da família das proteínas transdutoras de sinais e ativadoras da transcrição (STATs). Os mecanismos regulatórios envolvidos na neurogênese e astrogliose após administração de AQ no estriado são pouco conhecidos. Objetivos: Investigar o envolvimento das citocinas da família da IL-6 na regulação dos fenômenos de astrogliose e neurogênese após lesão com AQ. Métodos: Camundongos C57BL/6J machos adultos foram submetidos à lesão unilateral do estriado por método estereotáxico e receberam o inibidor farmacológico da JAK2 (AG490; 10mg/kg s.c) ou o veículo (PBS+DMSO) imediatamente após a lesão e por 6 dias adicionais. O cérebro dos animais foi dissecado para análise da expressão da proteína ácida gliofibrilar (GFAP) e da doublecortina, marcadores específicos para astrócitos e neuroblastos, respectivamente. As técnicas utilizadas foram imunoistoquímica e Western Blott. Resultados: A imunoistoquímica mostrou intensa astrogliose no estriado lesado, bem como no córtex e hipocampo. O lado contralateral à lesão apresentou-se com astrócitos reativos esparsos e pouco numerosos indicando apenas uma marcação basal para GFAP. A análise quantitativa por Western Blott (N=5) revelou diminuição da expressão de GFAP nos animais tratados com AG490 em relação aos animais do grupo controle (0,72±0,08; 1±0,03; teste t Student, P<0,05). Com relação à neurogênese, a imunorreatividade para doublecortina foi maior do lado lesado em relação ao contralateral. A comparação da área total de células marcadas entre os animais do grupo controle e inibidor está presentemente em andamento. Conclusão: A via JAK/STAT apresenta papel importante na astrogliose estriatal após administração de AQ. Com o prosseguimento das análises esperamos elucidar melhor o papel da via JAK2/STAT3 em processos excitototóxicos envolvidos em doenças neurodegenerativas humanas, como a DH.


Palavras-chave:  astrogliose, camundongo, estriado, neurogênese, quinolínico