Resumo

Objetivos: Comparar medidas de amplitude e tempo implícito do eletrorretinograma e potencial cortical provocado de padrão, PERG e PVEP, respectivamente, registrados a partir de dois sistemas eletrofisiológicos baseados em estimulação com tela de cristal líquido (LCD) e de tubo de raios catódicos (CRT). Métodos: Os registros eletrofisiológicos foram obtidos com o sistema Veris Science 6.07 com LCD como estimulador visual (25 sujeitos) e com o sistema CRS Optima v1.4 com CRT (PERG, 40 sujeitos; PVEP, 47 sujeitos). A faixa etária dos sujeitos estudados variou de 18 a 40 anos. LCD: taxa de atualização de 75 Hz e resolução espacial de 1280 pixels por 1024 linhas. CRT: taxa de atualização de 100 Hz e resolução espacial de 800 pixels por 600 linhas. Em ambas as condições a estimulação seguiu as recomendações da International Society of Clinical Electrophysiology of Vision para registros eletrofisiológicos clínicos. Em ambas as telas de estimulação, esta consistiu em padrões xadrez de 16º, quadrados de 15’ e 60’ de ângulo visual, respectivamente, contraste 100%. Foram medidas amplitude pico a pico e tempo implícito de cada componente do PERG (N35, P50 e N95) e PVEP (N75, P100 e N135). A análise estatística foi feita através do teste ANOVA fator único (α = 0.05). Resultados: PERG: a comparação da amplitude pico a pico N35-P50 mostrou diferença estatística para as duas telas de estimulação em ambas as freqüências espaciais (P<0,05; 15’: amplitude maior para os registros obtidos com CRT. 60’: amplitude maior para os registros obtidos com LCD). A comparação da amplitude pico a pico P50-N95 com quadrados de 15’ apresentou diferença estatística (P<0,05), sendo maiores as amplitudes das respostas obtidas com LCD, enquanto a amplitude pico a pico P50-N95 para quadrados de 60’ não teve diferença estatística na comparação entre as telas de estimulação. O tempo implícito do PERG foi estatisticamente diferente na comparação entre telas de estimulação em todos os componentes quando se utilizou quadrados de 60’, sendo que as respostas obtidas com LCD foram adiantadas em relação ao CRT. Quando se utilizou quadrados de 15’ não houve diferença estatística entre o tempo implícito dos componentes. PVEP: os valores de amplitude pico a pico N75-P100 das respostas obtidas com LCD foram estatisticamente maiores para quadrados de 15’, mas não foram diferentes para 60’. A amplitude pico a pico P100-N135 com LCD foi maior na comparação entre telas de estimulação em ambas as configurações de estímulo. O tempo implícito dos componentes N75 e P100 foi menor nos registros obtidos com CRT / 15’ e LCD / 60’ de arco. O tempo implícito do componente N135 foi igual na comparação entre telas de estimulação em ambas os tamanhos de estímulo.Conclusão: O uso de telas de estimulação com diferentes tecnologias para geração de estímulos altera os resultados obtidos com eletrorretinografia e eletroencefalografia de eventos. Cada laboratório deve gerar normas populacionais de testes eletrofisiológicos visuais específicos para cada tipo de estimulador.