SBNeC 2010
Resumo:A.012


Poster (Painel)
A.012A DESNUTRIÇÃO PROTÉICA RESTRITA AO PERÍODO DE LACTAÇÃO ALTERA A LAMINAÇÃO CEREBELAR.
Autores:Bruna Messias Lotufo (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Michael Luiz Martins Rocha (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Sebastião Sérgio Lima dos Santos (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Penha Cristina Barradas Daltro Santos (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Frank Tenório de Almeida Costa (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

Objetivos: Alterações no aporte nutricional podem atrasar o desenvolvimento do sistema nervoso resultando em modificações na citoarquitetura cerebelar. A migração radial das células granulares para a camada granular interna, que ocorre durante o desenvolvimento, é dependente da glia de Bergmann, células com morfologia radial e que expressam vimentina. O óxido nítrico (ON) pode sinalizar a diferenciação de células granulares e da glia de Bergmann durante o desenvolvimento cerebelar. Neste trabalho estudamos o efeito da desnutrição protéica restrita sobre o desenvolvimento cerebelar. Método: Foram utilizados grupos de animais controle (GC) e desnutridos (GD) (n=3 por idade estudada em cada grupo). A desnutrição se deu através da administração, para a mãe, de uma ração aprotéica (0% de proteína) durante os 10 primeiros dias de lactação, iniciando-se no dia do nascimento dos filhotes. Os animais controle receberam ração comercial (22% de proteína). Após períodos que variaram entre 10 e 45 dias pós-natal (P10-P45), os animais foram anestesiados e perfundidos com solução salina 0,9%, paraformaldeído (PF) a 4% e PF 4% com 10% de sacarose. Cortes de 40 a 60 μm foram recolhidos em tampão Tris e submetidos à histoquímica da NADPH-d, montados em lâminas e observados ao microscópio. Cortes de 20μm foram submetidos à imunohistoquímica utilizando anticorpos primários, anti-óxido nítrico sintase neuronal (nNOS) e anti-vimentina, revelados com anticorpo secundário conjugado a Alexa 488 ou Cy3, respectivamente. O presente trabalho foi aprovado pelo COMITÊ DE ÉTICA para o cuidado e uso de Animais Experimentais do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da UERJ (CEA/055/2009). Resultados: A expressão de vimentina nos prolongamentos da glia de Bergmann apresentou-se alterada nos animais do GD em relação aos do GC. Esses prolongamentos apresentavam-se mais curtos e dispersos nos animais do GD em P10. Nestes animais, as células NADPH-d+ da camada granular externa também se apresentavam mais dispersas e a camada de células de Purkinje se mostrou desorganizada. A partir de P20, em animais do GD, observamos as camadas molecular (CM) e granular (CG) mais intensamente marcadas pela NADPH-d em relação aos animais controle. Estas camadas também parecem ser mais espessas quando comparadas com os animais controle. Alguns corpos celulares marcados ainda podem ser observados na CM de ambos os grupos. No GD, aos 30 dias, observamos vários corpos celulares com marcação para NADPH-d na CM, estando estas células NADPH-d+ mais próximas a camada de células de Purkinje. O grupo controle apresentou suas camadas mais bem definidas. Aos 45 dias, não observamos diferenças em relação ao padrão de marcação entre os grupos controle e dieta. Os animais de ambos os grupos, apresentam as camadas bem definidas. Podemos observar uma redução na intensidade da marcação na CM e uma CG mais intensamente marcada. O padrão de marcação da NADPH-d observado é semelhante à marcação observada pela imunohistoquímica com anti-nNOS. Conclusão: Estes resultados sugerem que a migração celular que ocorre no cerebelo durante o desenvolvimento está sendo afetada pela desnutrição protéica. Este efeito pode ser decorrente de alterações na expressão de nNOS.


Palavras-chave:  desnutrição protéica, lactação, cerebelo, óxido nítrico sintase, vimentina